sexta-feira, 14 março 2025

A ATUALIDADE

Biosfera questiona o porquê de Cabo Verde “vender” aos europeus atum pescado nas águas cabo-verdianas por “apenas 13 escudos” ao quilo

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A coordenadora do Projecto Pesca Sustentável da organização ambiental Biosfera Cabo Verde indagou o porquê de as autoridades aceitarem ceder aos europeus o atum pescado nas águas nacionais por “apenas 13 escudos ao quilo”

 

Jéssica de Matos asseverou à Inforpress que esse é o resultado quando se faz a conta do actual protocolo aprovado na quarta-feira, 28, pela Comissão Parlamentar da União Europeia (EU) que permite a 56 navios de Espanha, França e Portugal pescar 7.000 toneladas de atum e espécies afins nas águas de Cabo Verde.

De acordo com o documento, está previsto que a UE pague 780.000 euros por ano para tal, dos quais 350.000 euros serão utilizados para aceder aos recursos haliêuticos e 430.000 euros para apoiar as políticas de pesca do país. 

“Se fizermos as contas, estão a vender um quilograma de atum por 13 escudos, isto num contexto em que a maioria dos cabo-verdianos têm dificuldade em obter o atum, que normalmente se vende a 600 escudos quilo”, questionou a mesma fonte.

Por isso, a ambientalista perguntou até que ponto este acordo é sustentável para Cabo Verde, quando não está de acordo com a realidade do País.

“Onde é que está a coerência deste tipo de política”, acrescentou, com a ideia de que se está a vender recursos do arquipélago “ao desbarato”.

Jéssica de Matos disse ter consciência que neste tipo de acordo o quilo de atum não poderia ficar o mesmo que o adquirido pelo cidadão comum, mas pediu alguma ponderação em relação aos valores e adequação à realidade da população.

Nesta senda, exortou às autoridades a fazerem uma análise multidisciplinar antes de assinarem este tipo de acordo, que “põe em causa os recursos pesqueiros considerados a maior riqueza de Cabo Verde”.

Assegurou que, neste sentido, a contribuição de Organizações Não Governamentais seria de maior valia, uma vez que trabalham de perto com as comunidades piscatórias e poderiam divulgar dados e propor algumas estratégias.

Para já, propôs ao Governo que reveja a contrapartida financeira para a maior valorização dos recursos haliêuticos, algo que, segundo a mesma fonte, deve ser feito nos acordos futuros.

Mais ainda, destacou Jéssica de Matos , há que investir na fiscalização, para “maior transparência e controlo”.

“Para ter um estudo fidedigno do real impacto, tanto das pescas nacionais e deste tipo de acordo”, concretizou.

O novo protocolo vai vigorar até 2029 e visa reforçar a cooperação entre a UE e Cabo Verde para desenvolver uma política de pesca sustentável e garantir práticas de pesca responsáveis nas águas de Cabo Verde.

O documento tem agora de ser aprovado pelo Parlamento Europeu numa próxima sessão plenária (o que deverá acontecer em Fevereiro) e depois pelo Conselho da UE (Estados-membros).

As condições para este acordo estão em conformidade com as medidas adoptadas pela Comissão Internacional para a Conservação dos Tunídeos do Atlântico.

A Semana com Inforpress

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Colunistas

Opiniões e Feedback

Mindoca
15 hours 53 minutes

O que esse homem quer é fazer prova de vida. É que ele parece que está vivo, mas não está. Nem agora nem quando ele foi ...

Terra
21 hours 34 minutes

Deve ser fiscalizado antes de sair de Cabo Verde tb o dinheiro de contracto deve ser investido nos coitados de Cabo Verde nao ...

liberdade
1 day 21 hours

Mesmo complicado se ha verdade adiver essas brucracia pela mor de Deus?

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