O Comité Municipal de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes da ilha do Fogo reuniu-se hoje com representantes dos grupos carnavalescos para analisar questões relacionadas com os direitos das crianças e adolescentes.
A delegada do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) na ilha do Fogo, Samira Teixeira disse que na sequência da reativação do Comité no dia 31 de Dezembro de 2024, deu-se início às suas actividades com realização de um encontro no dia 28 de Janeiro com o objectivo de elaborar um plano de actividades para o ano com foco nas questões que afectam a infância e a adolescência, especialmente no período do carnaval.
Samira Teixeira destacou a importância desta que é a primeira acção do Comité, que é trabalhar com os grupos de carnaval da cidade de São Filipe e que contou com pelo menos dois dos três grupos que vão desfilar, nomeadamente Faixa da Terra e Mar Azul.
Durante o encontro foi discutido o impacto das festas de carnaval, que frequentemente expõem as crianças e adolescentes a situações de risco, como o consumo de álcool, abuso sexual e a presença de crianças e adolescentes nas ruas até altas horas da noite.
Samira Teixeira frisou que essas questões exigem um esforço conjunto de todos os envolvidos para garantir a segurança e o bem-estar desta camada.
Uma das propostas saídas do encontro foi a criação de um regulamento pelos grupos carnavalescos, com o objectivo de tornar o evento mais organizado e responsável e o Comitê sugeriu a realização de bailes, apenas nos finais de semana, com restrições à participação de crianças e adolescentes, garantindo que não haja actividades após os ensaios durante a semana.
O Comité propôs a realização de encontros com os pais e encarregados de educação para abordar as questões relacionadas com o consumo de álcool, uso de drogas e abuso sexual, com a finalidade de sensibilizar a comunidade para os riscos que esta camada enfrenta.
A delegada do ICCA disse que serão efectuadas visitas e fiscalizações aos locais de ensaio dos grupos de carnaval, com a participação dos membros do Comitê e da Polícia Nacional.
O representante do grupo Mar Azul, Ezequiel Lobo, que é também professor, expressou a preocupação do grupo e sublinhou que o carnaval tem impactado negativamente o desempenho escolar das crianças e adolescentes devido aos bailes e ensaios que se estendem até altas horas da noite.
O mesmo destacou que muitos alunos chegam atrasados à escola no dia seguinte, prejudicando seu aproveitamento escolar.
Para o representante do grupo Mar Azul, a solução passa por um consenso entre os grupos carnavalescos para que as saídas sejam organizadas e alternadas e garantir que as crianças e adolescentes possam participar das festividades de maneira segura, sem comprometer suas responsabilidades escolares.
O Comité Municipal de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes continuará suas actividades com o objectivo de proteger as crianças e adolescentes em situações de risco e garantir que as festividades, como o carnaval, ocorram de forma responsável e segura.
A colaboração entre grupos carnavalescos, educadores, autoridades locais e os próprios pais será fundamental para alcançar esse objectivo e proporcionar um ambiente mais seguro e saudável às crianças e adolescentes.
A Semana com Inforpress
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