O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, reconheceu esta terça-feira a existência de uma "nova ameaça" terrorista ao defender um inquérito sobre a morte de três crianças num ataque por um jovem identificado como perigoso pelas autoridades.
"Precisamos de um inquérito, porque estamos a lidar com um novo tipo, uma ameaça diferente de violência extrema individualizada, e temos de ter as leis e o enquadramento necessários para lidar com ela", afirmou.
Starmer falava numa conferência de imprensa, transmitida pela televisão e redes sociais, sobre a resposta do Governo ao ataque de Southport, em julho passado, no qual morreram três crianças e 10 pessoas ficaram feridas, incluindo oito crianças.
O autor, Axel Rudakubana, 18 anos, declarou-se culpado na segunda-feira no Tribunal Penal de Liverpool de todas as acusações, estando a leitura sentença prevista para quinta-feira.
O jovem admitiu também a posse de rícino, uma substância tóxica, e de um manual de treino da organização terrorista Al-Qaeda.
O chefe do Governo britânico assumiu ser legítimo que este ataque seja considerado terrorista, algo que a polícia evitou classificar por não ser conhecida a intenção do autor do ataque.
"A verdade é que este caso é um sinal de que o Reino Unido enfrenta atualmente uma nova ameaça. O terrorismo mudou", afirmou Starmer, num discurso nesta manhã de terça-feira em Londres, na residência oficial, em Downing Street.
Para além de grupos organizados, disse, existe agora a ameaça de "atos de violência extrema perpetrados por [pessoas] solitárias, marginais, jovens que, no seu quarto, acedem a todo o tipo de material na Internet, desesperados por notoriedade, por vezes inspirados por grupos terroristas tradicionais, mas fixados nessa violência extrema, aparentemente por si só", descreveu.
Os tumultos violentos alastraram a dezenas de outras cidades ao longo da semana seguinte, quando grupos mobilizados por ativistas de extrema-direita nas redes sociais entraram em confronto com a polícia e atacaram hotéis que alojavam migrantes.
Mais de 1200 pessoas foram detidas por causa dos distúrbios e centenas foram condenadas a penas de prisão até nove anos.
A Semana com Lusa
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