A Direcção Nacional do Ambiente (DNA) socializa hoje,18, o processo de candidatura da ilha do Fogo a reserva de biosfera com as principais instituições e grupos de associações e organizações não-governamentais da ilha do Fogo.
O director nacional do ambiente, Alexandre Rodrigues, que se encontra na ilha para finalizar a ficha de candidatura a reserva de biosfera do Fogo, disse que no encontro com as instituições e grupos de associações vão ser analisadas duas questões, nomeadamente a estrutura de gestão e como vai ser implementada e “zonamento da reserva de biosfera”.
Alexandre Rodrigues disse que o processo de candidatura está avançado mas que “falta alguma parte” para ser preenchida, assim como algumas decisões a serem tomadas a nível local para poder ser incorporado na ficha.
Nesta perspectiva informou que já manteve encontros com as câmaras municipais no sentido de decidir qual é a melhor estrutura de gestão da reserva de biosfera, que segundo o mesmo “não é unicamente um instrumento de conservação, mas é basicamente um instrumento de desenvolvimento”, dai ser importante ter municípios engajados na sua gestão.
Segundo o mesmo, o trabalho técnico para incorporar alguns aspectos que foram discutidos em outras reuniões já realizados, e vão ser também apresentados e incorporados no encontro com as instituições e grupos de associações.
Indicou que, posteriormente, serão realizados encontros nas comunidades para explicar a reserva de biosfera, cuja apresentação pública e formalização do que já foi discutido e validação do instrumento deve ocorrer a 15 de Maio, ficando a equipa com a responsabilidade de até Setembro completar todo o dossiê relativo a reserva de biosfera para submeter a candidatura.
Com relação a zonamento, Alexandre Rodrigues disse que como a reserva de biosfera “não traz nada de novo” às estruturas, já que vai aproveitar a existente, que a proposta inicial era Parque Natural com a sua divisão e as zonas de acordo com as definições que constam do plano de gestão do Parque.
Segundo o mesmo, a reserva de biosfera terá três zonas, nomeadamente a zona núcleo (central), zona tampão e zona de transição, anotando que a proposta inicial era de todo o Parque Natural ser a zona núcleo mas que tecnicamente está-se a discutir isso, porque a zona núcleo é considera de elevado grau de conservação e pode ter algumas actividades mas de pouco impacto na biodiversidade e recursos naturais.
Com a discussão de zonamento a ideia é retirar tudo que seja área agrícola da zona núcleo e deixar só a Bordeira e as escoadas de lavas na zona núcleo, passando a área de agricultura para a zona tampão e toda a parte exterior ficaria como zona de transição, sendo que o zonamento vai ser validado no encontro de quarta-feira.
A declaração de reserva de biosfera, no dizer do director nacional do ambiente, tem algumas vantagens, sendo uma delas o facto de uma organização internacional com o gabarito de Unesco a reconhece o esforço do Governo em garantir um desenvolvimento sustentável dos recursos e a sua utilização de forma sustentável sem por em causa a degradação dos recursos.
Uma segunda vantagem indica pelo responsável é o facto de a reserva trazer uma compatibilização entre a própria estratégia de desenvolvimento que a ilha tem e conservação dos recursos, uma terceira será a capitalização de mais investimentos estrangeiros e diversifica fontes de financiamento para a ilha e uma quarta é a aposta na investigação, educação e desenvolvimento das pessoas.
Para além disso, refere Alexandre Rodrigues, como a categoria é atribuída por uma organização internacional, se não for cumpridos os requisitos, a mesma pode ser retirada, o que segundo o mesmo cria uma pressão para implementar todas as medidas que está previsto no processo. Fonte: Inforpress
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