quarta-feira, 12 março 2025

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China avança com projeto para trazer amostras de Marte, previsto para “cerca de 2030”

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A China continua a fazer progressos no seu plano para trazer amostras de Marte, previsto para "cerca de 2030", disse o representante da Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China (CASC), Sun Zezhou.

Em declarações divulgadas esta quinta-feira pela imprensa estatal, Sun - também delegado da Assembleia Popular Nacional (órgão legislativo máximo), que realiza atualmente a sua sessão anual em Pequim, disse que a missão, apelidada de 'Tianwen-3', além de aproveitar as janelas de lançamento entre 2028 e 2030, vai ajustar o seu desenho para otimizar a recolha e devolução de amostras, tendo em conta as condições atmosféricas e geológicas do planeta vermelho.

Entre as novidades, o especialista destacou que a janela para a aterragem coincidirá com o outono-inverno marciano, o que exigirá ajustes técnicos na seleção da órbita e na duração da permanência na superfície.

 

O especialista recordou que o programa espacial chinês conseguiu já trazer amostras da Lua e colocar uma sonda em Marte, experiências que "lançaram as bases" para a recolha de amostras do planeta vizinho.

No entanto, Sun Zezhou advertiu que a missão em Marte coloca desafios únicos, principalmente "devido à sua distância da Terra" e às "grandes diferenças em relação à Lua".

Ao contrário da Lua - com uma gravidade equivalente a um sexto da gravidade da Terra - Marte tem um terço da gravidade do nosso planeta, o que requer "mais energia para impulsionar a carga útil da superfície até à órbita".

"Marte é o planeta mais parecido com a Terra, por isso o mundo quer explorá-lo, o que enriquecerá o nosso conhecimento dos planetas semelhantes à Terra e ajudará a compreender a formação e a evolução do sistema solar", disse o especialista.

A Tianwen-3 terá como objetivo aterrar e recolher amostras num único ponto do planeta vermelho, dando prioridade a diversas regiões geológicas como Chryse Planitia e Utopia Planitia, de um total de 86 localizações possíveis, disseram recentemente os responsáveis pelo programa espacial chinês.

Estas áreas, que incluem linhas costeiras, deltas e lagos antigos, são consideradas candidatas à procura de possíveis formas de vida preservadas nos seus sedimentos.

A China tem investido fortemente no seu programa espacial nos últimos anos, tendo alcançado marcos como a aterragem da sonda Chang'e 4 no lado mais distante da Lua, a aterragem em Marte e a construção da estação espacial Tiangong, que funcionará durante cerca de dez anos.

A Semaa com Lusa

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