domingo, 08 setembro 2024

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Praia/Greve de professores: Mega concentração de protesto à entrada da Assembleia Nacional com forte aparato policial - Grevistas pedem cabeça do ministro da Educação

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O último dia da greve geral dos professores atingiu hoje,23, na Praia, o seu ponto alto com uma mega concentração de mais de um milhar de docentes de Santiago à entrada da Assembleia Nacional, onde prossegue o debate na especialidade do Orçamento Geral do Estado para 2024. Mesmo perante um forte aparato policial devidamente armado que barrou a entrada principal do parlamento, os grevistas permaneceram no local até depois das 13 horas, em sinal de protestos às políticas do atual governo para o sector de ensino público em Cabo Verde. O presidente do Sindicato Nacional dos Professores (Sindep) Jorge Cardoso, assevera, em declaração ao A Semana, que permaneceram naquele local até que os governantes e deputados começaram a sair do debate para verem a «tamanha insatisfação da classe docente» em relação ao governo de Ulisses Correia e Silva suportado pelo MpD. Por isso, os grevistas em várias ilhas pediram a cabeça do ministro da Educação, Amadeu Cruz.

A greve dos professores ocorre desde ontem (22) em todo o país, onde participaram mais de 90% dos docentes. Nesta quinta-feira,23, segundo e último dia da greve, mais de um milhar de professores de Santiago, incluindo os que vieram dos seis concelhos do interior da ilha maior, concentraram-se frente à Assembleia Nacional. Tudo com a intenção de os governantes observarem a união e determinação de todos na luta em prol dos seus direitos.

“Essa concentração significa a união de toda a ilha de Santiago, demonstrando, como nas outras ilhas, a forte determinação da luta de classe nesta greve geral, que decorreu a nível nacional ”, explica o presidente do Sindep.

Sem a cobertura da TCV, muitos dos grevistas estiveram hoje nessa manifestação com cartazes e trajados de preto, isto como forma de protesto pelo descaso do Governo.

Conforme a equipa de reportagem do Asemanaonline apurou no local, houve um forte aparato policial devidamente armado para, por um lado, garantir a segurança dos grevistas e, por outro lado, barrar passagem dos mesmos à área de segurança frente ao Parlamento.

Segundo Jorge Cardoso, o distanciamento que a Polícia estabeleceu foi de forma exagerada. “Podemos ver a distância exagerada estabelecida entre a Assembleia Nacional e o sítio à entrada principal do palácio, onde foi feito o cerco. É claro que não entrámos em confrontação, porque somos educadores e uma classe intelectual não quer confrontos. A solução foi obedecer a esta ordem das autoridades. Mas de qualquer maneira vamos continuar a dar o Governo a resposta merecida ”, frisa.

O sindicalista espera que o executivo de Ulisses Correia e Silva esteja aberto a negociação, que não foi o caso, e analise que o Ministro da Educação, em vez de defender a classe e toda comunidade educativa, prefere falar em construções de hospitais e aeroportos, que não tem nada a ver com a dignidade da classe docente.

O sindicalista avança que, depois desta greve e manifestação, o SINDEP irá reunir-se com os professores e fazer o balanço desta jornada, para anunciar, em breve, a próxima luta sindical. Segundo ele, amanhã, sexta-feira, as aulas irão decorrer na normalidade em todos os estabelecimentos de ensino.

O ambiente da manifestação de hoje foi tranquilo e pacífico, com um número considerado de participantes de várias partes da ilha de santiago - estima-se em mais de um milhar de grevistas presentes.

Grevistas descontentes e determinados em lutar

A equipa da reportagem do A Semana fez uma ronda pela manifestação junto do parlamento na Praia e conversou com alguns professores que se exprimiram descontentes com a atual situação da classe.

A docente Erizita Baessa salienta que o objetivo da concentração próximo ao Parlamento é para que os governantes e deputados vejam o descontentamento dos colegas em relação ao que todos têm passado e resolvam as suas reivindicações pendentes.

“Estamos a lutar sobretudo para a nossa equiparação salarial. Segundo diz a lei, devemos ser equiparados igualmente aos outros do quadro especial da administração pública. Lutamos também para que outras pendências sejam resolvidas pelo governo” , destaca a mesma fonte.

Determinada em lutar, Baessa vai avisando: «Se os problemas não forem resolvidos, estamos dispostos a recorrer a outras formas de luta, nomeadamente o congelamento de notas (desde o 1º trimestre até ao 3º trimestre) e a paralisação de aulas».

Já para o professor Valter Silva, o Ministro da Educação ignora as exigências da classe, pelas quais os docentes vêm lutando há muito tempo, principalmente no que toca à nova grelha salarial.

“A equiparação salarial que estamos a pedir, não é 36% de aumento salarial, do qual estão a mostrar por aí para enganar a população. Trata-se de 36% que equivale a equiparação salarial com os outros quadros públicos do Estado”, esclarece.

Grevistas pedem demissão do ministro e retomam aulas
Entretanto, a greve dos professores que decorre desde ontem,22, em todo território nacional, terminou esta quinta-feira com uma forte adesão da classe docente (ver outra peça neste jornal).

Conforme afiança o presidente do Sindep, as aulas retomam nesta sexta-feira de forma normal. Mas o sindicalista fez questão de realçar que a luta continua e ameaça marcar uma nova greve geral, caso o atual governo não chegue a um consenso com os sindicatos para resolver as reivindicações dos professores.

Como na Praia, milhares de docentes estiveram nesta sexta feira em greve e manifestação de protestos nas várias ilhas.

Conforme informações recolhidas por este jornal junto de dirigentes sindicais, nessas fornadas de luta, em que participaram de mais de 90% dos docentes do país, os grevistas pediram a cabeça do ministro da Educação, Amadeu Cruz.

Silvana Gonçalves/Redação

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Colunistas

Opiniões e Feedback

D. G. WOLF
4 days 8 hours

A Guiné-Bissau é uma espinha atravessada na garganta dos cabo-verdianos.

JP
8 days 10 hours

hehehe SATANÁS ta inspeciona DEMONIOS hehehe Só trossa propi

António
10 days 3 hours

Abro radio e tv oiço aplicacao de milhões e milhoes escudos , de um momento para outro. Cifrões serios e não serios

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