domingo, 08 setembro 2024

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Resultados do encontro de Ulisses Correia e Silva em Itália: Comunidade cabo-verdiana dececionada

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O colaborar Albino Sequeira escreve sobre a visita do Primeiro-ministro à Itália, em que o qualificou de «rusga» ao ato de lançamento, ontem domingo, do livro de Clara Silva e Maria de Lourdes Jesus, com o titulo “Capo Verdiane D’Italia — Storie di Vita e d’Inclusione al femminile”, que decorreu na cidade de Roma. «Pelo espanto de todos, eis que o Primeiro-ministro apareceu no lançamento das obras das Cabo-verdianas citadas, sem que lhe tenham sido enviado convite neste sentido, aparecendo assim como se fosse “rusga” neste encontro». Sequeira salienta que a comunidade ficou decepcionada com o encontro mantido com Ulisses Correia e Silva, face às respostas que deu em relação às várias preocupações levantadas. «O chefe do governo, interrogado sobre a insegurança que se regista no país, este num tom tranquilo, responde que não há nenhum país que não tem criminalidade», destaca Albino Sequeira, que descreve a grave situação que se vive em Cabo Verde. «O que este Governo deixa entender é que Cabo Verde está um país de mil maravilhas e que nada de mal passa ali, quando temos situações que contradizem isto. A saúde é um alastre, o ambiente de negócios é uma tragédia, o emprego é uma praga, os transportes têm sido um abismo e a agricultura tem sido uma perda para a economia do arquipélago», analisa aquele emigrante em Itália. Confira detalhe no artigo referido, que publicamos a seguir.

O que me motiva a escrever este artigo tem a ver com a forma como foi conduzido o encontro entre o Primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, e a comunidade Cabo-verdiana radicada em Itália.

Desde a primeira hora que este encontro nasceu torto, sem nenhum acordo com os autores dos livros que lançaram as suas obras no mesmo dia, ontem, domingo, 3 de novembro, pelas 15h30. Isto fez-me lembrar as campanhas. Houve até quem dissesse que o primeiro-ministro estava em Itália à caça de votos e que não iam comparecer na sessão referida.

Pelo espanto de todos, eis que o Primeiro-ministro apareceu no lançamento das obras das Cabo-verdianas citadas, sem que lhe tenham sido enviado convite neste sentido, aparecendo assim como se fosse “rusga” neste encontro.

Já na sessão com os emigrantes, o Governante, líder do governo, foi questionado pelos presentes sobre várias temáticas que afetam o desenvolvimento de Cabo Verde, como, por exemplo, a insegurança, o desemprego, a fixação da taxa única para desalfandegamento das pequenas encomendas, a problemática da ligação aérea e marítima entre as ilhas do país, a questão do abandono de algumas ilhas, como é o caso de São Nicolau.

Foi uma oportunidade para a comunidade que poderia ser aproveitada se fosse bem conduzida e organizada. É nisso que dá, quando colocamos pessoas manipuladas para prestarem serviço a uma cidadã e com medo dela impedir que os emigrantes possam colocar as suas questões, numa oportunidade rara que acontece nesta sociedade cabo-verdiana.

Esta tem sido a prática de quem organiza, que não podia ser, uma vez que somos um povo pertencente a uma nação democrática e com liberdade de expressão.

Confrontado com as perguntas dos presentes, o Primeiro-ministro esquivou-se em algumas respostas, mas o que me deixou incrédulo, quando questionei ao líder do Governo, Ulisses Correia e Silva, sobre a humilhação da Binter-CV aos Cabo-verdianos na fixação dos preços dos bilhetes aéreos entre as ilhas de Cabo Verde, eis que, o governante alega que, uma companhia aérea tem os seus custos e que não pode operar a preços baixos ou dar gratuitamente as passagens. Isso deixou-me perplexo e surpreso. Primeiramente, não esperava isso de um chefe de Governo que é eleito para servir o seu povo. Segundo, porque com estas afirmações, Correia e Silva confirmou que está de acordo com a política dos preços estipulados pela Binter-CV, que detém o monopólio do mercado doméstico. Terceiro, é como se o Primeiro-ministro quisesse dizer: o preço já está estabelecido, é este, aguentem, que agora não posso fazer nada!

O chefe do governo, interrogado sobre a insegurança no país, este num tom tranquilo, responde que não há nenhum país que não tem criminalidade. Pode até ser, meu caro primeiro-ministro, mas este não é motivo para encarar este flagelo com serenidade, mas sim, com preocupação, com responsabilidade por aquilo que está consagrado como direito de todos na Constituição da República.

O que este Governo deixa entender é que Cabo Verde está um país de mil maravilhas e que nada de mal passa ali, quando temos situações que contradizem isto. A saúde é um alastre, o ambiente de negócios é uma tragédia, o emprego é uma praga, os transportes têm sido um abismo e a agricultura tem sido uma perda para a economia do arquipélago.

Alguém já tinha afirmado que, Ulisses Correia e Silva é incoerente. Prometeu criar 9000 postos de emprego por ano, crescer a economia a 7%, depois de assumir as funções, afirmara que, o emprego não cai do céu. Afinal, senhor Primeiro-ministro, quando fez os cálculos para a campanha na criação do número dos postos de emprego, alguém do céu disse-lhe que esse seria o número possível?

Num ambiente crispado e de indignação por parte dos emigrantes presentes, que mostraram a revolta com as políticas deste Governo, sobretudo para a comunidade emigrada, o presidente do MpD garantiu que só volta a Itália no tempo das campanhas.

Devo crer que este Governo não estava preparado para assumir as funções e comandar os destinos de Cabo Verde. Os Cabo-verdianos erraram na escolha, mas isso pode ser corrigido em 2021, acredito que sim.

Também quem esteve presente ao lado do chefe do Governo, foi o ministro da Agricultura, que devo confessar sinceramente tem sido um ministro zero para este setor tão importante para a economia do arquipélago. Um ministro sem ideias, com políticas implementadas que tem deixado os agricultores no desespero e descrentes desta atividade.

O encontro, claro não podia terminar de outro jeito, a não ser com comes e bebes, gastando o dinheiro público, que podia ser utilizado para a qualidade da educação, na segurança, na criação de emprego, investido em agricultura, pecuária, pescas e porquê não em transportes e saúde que retrocedem a século XIX.

Termino, chamando a comunidade para ser mais ousada, que não deixem uma pessoa, uma senhora que se esconde no ridículo e cinismo para amedrontar as pessoas para que sinta querida e deseja - isso não pode continuar! Não querem ver, mas este é um risco que esta bela e simpática comunidade corre, de ser manipulada e censurada.

Albino Sequeira 
(Economista e escritor)

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Colunistas

Opiniões e Feedback

D. G. WOLF
4 days 8 hours

A Guiné-Bissau é uma espinha atravessada na garganta dos cabo-verdianos.

JP
8 days 10 hours

hehehe SATANÁS ta inspeciona DEMONIOS hehehe Só trossa propi

António
10 days 4 hours

Abro radio e tv oiço aplicacao de milhões e milhoes escudos , de um momento para outro. Cifrões serios e não serios

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