sábado, 09 novembro 2024

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Parlamento: PAICV considera que a mulher continua a ser o rosto da pobreza em Cabo Verde

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O PAICV (oposição) considerou hoje, no parlamento, que as medidas do Governo ainda não conseguiram debelar o quadro social que atormenta as meninas e mulheres cabo-verdianas porque continuam a ser rosto da pobreza em Cabo Verde.

 

Conforme a deputada do maior partido da oposição, a violência contra as mulheres continua a ser um “desafio significativo” em Cabo Verde, porque dados oficiais mostram que de 31 % das mulheres em Cabo Verde já foram vítimas de violência física ou sexual por parte de um parceiro íntimo e a representação das mulheres nas esferas do poder é ainda baixa, apesar da lei da paridade.

Esta afirmação foi feita em declaração política pela deputada do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), Paula Moeda.

Segundo a parlamentar, a sociedade cabo-verdiana é tendencialmente monoparental, ou seja 27,9 por cento (%) chefiada por mulheres e 3,5 % por homens, e é preciso reforçar o investimento em políticas públicas de habitação condigna, incluindo oferta de soluções de alojamento, com particular atenção à situação das mulheres.

Isto porque, argumentou, são as que de uma forma geral têm menores rendimentos e é preciso “fomentar a igualdade de género” no acesso à habitação como um “factor-chave de inclusão, igualdade e dignidade”.

O objectivo do Governo de atingir o pleno emprego e o trabalho digno para todos, no período de 2016-2026, é mais um sonho que ficou para trás. Esses e outros desafios destacam a necessidade urgente de acções coordenadas e políticas específicas para enfrentar as disparidades de género em Cabo Verde e avançar em direcção a uma sociedade mais igualitária”, declarou Paula Moeda.

Conforme a deputada do maior partido da oposição, a violência contra as mulheres continua a ser um “desafio significativo” em Cabo Verde, porque dados oficiais mostram que de 31 % das mulheres em Cabo Verde já foram vítimas de violência física ou sexual por parte de um parceiro íntimo e a representação das mulheres nas esferas do poder é ainda baixa, apesar da lei da paridade.

Além disso, acrescentou, as estatísticas nacionais mostram que a taxa de desemprego das mulheres é superior à dos homens, e 42 % das mulheres têm um emprego informal em que enfrentam condições de trabalho “precárias, salários baixíssimos e falta de proteção social”.

Fazemos aqui um apelo ao fortalecimento de parcerias com a sociedade civil, com o sector privado e outras partes interessadas para promover a igualdade de género e empoderar as mulheres, compartilhando boas práticas e especialmente os recursos, para alcançar resultados”, arrematou a eleita para quem o dia 27 de Março deve ser um dia de reflexão e acção para avançar em direção a um futuro mais justo, igualitário e inclusivo para todas as mulheres cabo-verdianas.

A deputada do Movimento para a Democracia (MpD, poder), Antonita Vieira, disse, por seu lado, que a sociedade cabo-verdiana deve libertar a mulher de ser mãe e pai “ao mesmo tempo” porque o “homem tem que assumir suas as responsabilidades de pai”.

“Precisamos tirar da nossa cabeça, achar que é uma coisa grande, o facto de uma mulher dizer que é mãe e pai. Isso é uma coisa que acontece porque o homem não assume a sua responsabilidade. Eu não me vanglorio e nem desejo que as mulheres falem isso. São mães e devem fazer o papel de mães”, declarou, afirmando que a “sociedade cabo-verdiana está como está porque há muitos homens que não assumem as suas responsabilidades”.

Por sua vez, a deputada da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), Dora Pires, também juntou a sua voz à da deputada do PAICV, mas pediu às pessoas para lembrar da mulher, não apenas no mês de Março, mas durante o ano inteiro e também condições para que tenham autossustento, libertem-se das dificuldades, para ter famílias saudáveis e uma sociedade melhor e diferente.

 

A Semana com Inforpress

21 de março 2024

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