O Movimento para a Democracia (MpD) convocou, esta quarta-feira, a imprensa para se posicionar face à remuneração mensal da Primeira Dama. Um tema que, conforme o Secretário-geral do Partido Ventoinha, Luís Carlos Silva, merece uma abordagem clara e que se tornou público nos últimos dias.
Em nota de imprensa remetida ao asemanaonline, este partido que governa o país acredita que a “função” - Primeira Dama - não está formalizada, não tem Estatuto próprio e, até o presente momento, nunca houve precedentes quanto ao recebimento de salários por parte das Primeiras-damas que este país já teve, «o que nos leva a estranhar este fato novo».
Luís Carlos Silva, Secretário-geral diz aceitar e compreender que a existência de pessoas e até de poderes que tenham a opinião de que a Primeira-Dama deva ter um estatuto próprio e portanto, uma remuneração, como aparentemente é (agora) a opinião do Presidente da República, "mas discordamos radicalmente da forma como aparentemente ele procedeu para fazer vingar esta sua opinião".
"Num Estado de Direito, como é o nosso, onde o reino é o das Leis, as ’ideias’ e ’opiniões’ não conferem legitimidade formal, devem antes ser traduzidas em Leis para depois poderem ser aplicadas. O Presidente da República não tem iniciativa legislativa, não substitui (nem podia substituir) os demais poderes e, muito menos, se pode confundir com o Estado", esclarece, em nota.
O Partido no poder considera ainda que a estrutura constitucional e percurso histórico, este ato, para além de ser ilegal, fere os mais básicos princípios da ética republicana e da moral cristã, espera que a Presidência da República partilhe com a sociedade informações adicionais que nos permitam um melhor entendimento deste processo.
"É preciso deixar claro que a Presidência da República goza de autonomia administrativa e financeira, pelo que, as suas operações de pagamento não dependem da autorização do Ministério das Finanças, para uma eventual fiscalização prévia de legalidade, mas, no entanto, está vinculado à fiscalização das Instituições Superiores de Controlo", mostra Luís Carlos Silva.
Para o MpD, a Transparência e o Princípio da Legalidade, particularmente, no uso dos recursos públicos é um recurso fundamental da nossa credibilidade e confiança externa, assim, sem pôr em causa a autonomia administrativa e financeira da Presidência da República, instamos as Instituições Superiores de Controlo, particularmente, o Tribunal de Contas, a exercerem o seu papel de fiscalização e controlo para trazer à tona a verdade dos factos para o cabal esclarecimento da população sobre a legalidade e a apropriada utilização dos recursos públicos nesse contexto.
"Reafirmamos nosso compromisso com os princípios democráticos, o Estado de Direito e a necessidade de seguir procedimentos legais para qualquer criação de funções, atribuições e remunerações no país. O respeito pelos pilares institucionais é crucial para a integridade, estabilidade e desenvolvimento desta nossa nação", conclui Luís Carlos, em comunicado.
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