O número dois das listas da União Nacional para a Independência Total de Angola, Abel Chivukuvuku, afirmou hoje que os dados provisórios recolhidos das eleições de quarta-feira apontam para uma vitória do partido.
"Os nossos centros de escrutínio [dão] claros indicadores provisórios de tendência de vitória da UNITA em todas as províncias do no nosso país", afirmou Chivukuvuku, em conferência de imprensa.
Como exemplo, Chivukuvuku indicou que, nos municípios da província de Luanda, o partido no poder (Movimento Popular de Libertação de Angola, MPLA) ganhou apenas em um município.
Segundo Filomeno Vieira Lopes, dirigente do Bloco Democrático, partido que se associou às listas da UNITA, os dados atuais, só na província de Luanda, indicam que em 60% dos números contabilizados pelo partido, 66% dos votos são na maior formação da oposição.
Instantes antes, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) anunciou dados diferentes, com um terço dos votos contabilizados que, segundo as autoridades, indiciam uma vitória do MPLA com 60% dos votos.
Perante o confronto de números tão diferentes, Abel Chivukuvuku sustentou que o processo "tem de ser pacífico": "somos todos angolanos, somos todos atores da história de Angola, temos todos interesse que tudo corra bem".
Segundo Filomeno Vieira Lopes, o “sistema está montado para ser verificado” e, em “caso de divergência há contestações e confrontação” nos órgãos respetivos.
Nelito Ekuikui, secretário provincial da UNITA para Luanda, disse que há vários casos de assembleias de voto que não publicaram ainda as atas síntese que resultam da contagem dos membros da mesa, fiscalizadas pelos delegados dos partidos.
“Há situações em que os delegados dos partidos recusam assinar as atas porque não correspondem ao que se passou”, afirmou Neito Ekuikui.
Chivukuvuku acrescentou, na mesma conferência de imprensa, que permanecem detidos cinco delegados e contestou a divulgação de uma sondagem na noite de quarta-feira pela Televisão Pública de Angola (TPA), violando a própria lei eleitoral.
“A Assembleia Nacional da República de Angola aprovou uma lei que determina que em período eleitoral não podem ser publicadas sondagens” e a TPA apresentou “supostas sondagens que dariam uma vantagem ao partido no poder”.
“O Estado legisla (a lei eleitoral) e viola”, criticou Chivukuvuku. A Semana com Lusa
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