quinta-feira, 21 novembro 2024

Sociedade civil angolana interpõe ação popular contra imprensa pública e PR

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Um grupo de cidadãos angolanos vai interpor um processo contra o Presidente da República e quatro meios públicos angolanos por falta de isenção, classificando a comunicação social pública como “instrumento de propaganda política do partido do governo” (MPLA).

A ação popular visa o titular do poder executivo (João Lourenço), a entidade da Regulação da Comunicação Social angolana e os conselhos de administração de quatro meios de comunicação públicos: Televisão Pública de Angola (TPA), Radio Nacional de Angola, Jornal de Angola e da TV Zimbo.

Numa carta dirigida ao juiz conselheiro e presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, os subscritores assinalam a violação do dever de isenção, já que nem todos os intervenientes têm a mesma oportunidade de se pronunciarem sobre os factos, mediante contraditório e abordam a necessidade de produção imparcial da informação.

O que não tem acontecido, sobretudo no caso dos órgãos de comunicação social públicos, que têm demonstrado “de forma inequívoca e assustadora” a violação de todos os princípios consagrados na Constituição, sustentam.

Entre os subscritores estão nomes como o ativista e músico luso-angolano Luaty Beirão, os escritores José Eduardo Agualusa e José Luís Mendonça, o médico Luís Bernardino, o jornalista Carlos Rosado, os reverendos Júlio Candeeiro e Ntoni a Nzinga, o padre Jacinto Pio Wacussanga, a socióloga Cesaltina Abreu e o ator Orlando Sérgio.

“Assiste-se, com ensurdecedor silêncio, a um favorecimento injustificado, descomunal e inconstitucional de determinados atores políticos em detrimento dos outros atores, em flagrante prejuízo e desvirtuamento da comunidade angolana que se vê privada de desfrutar de um bem público essencial”, criticam.

A comunicação social pública e intervencionada “transformou-se num sepulcro das normas de ética e deontologia próprias da profissão jornalística”, descreve o documento, salientando que os meios de comunicação, “converteram-se num instrumento de propaganda política e partidária do partido de Governo, optando por um itinerário totalmente oposto ao exigido quer pela Constituição, quer pela Lei de Imprensa”.

Esta “atuação desequilibrada” traduz-se num “enorme prejuízo para a população”, devido à “desinformação desenfreada” e prejudicial à consolidação de um Estado democrático de direito.

Os subscritores lamentam “a degradação acelerada dos poderes basilares da República e da Democracia” e falam de “censura aos meios de comunicação públicos, realçando que a atuação destes se destaca pela negativa”, por conceder maior tempo de antena a uma das partes e por segregar e excluir a oposição democrática.

Uma postura clara de parcialidade, que se insere numa linha editorial “antidemocrática e discriminatoria”, lê-se na carta, que avança também com exemplos.

Destaca nomeadamente a realização de comícios presididos pelo presidente do MPLA e presidente de Angola, João Lourenço , que contaram com a cobertura integral do principal canal de televisão público (TPA).

“Só no dia 25 de junho, os espaços informativos da TPA, contaram com aproximadamente 95,6% do conteúdo ligado ao MPLA e apenas 4,4% distribuídos pelos outros partidos, facto que, de forma evidente demonstra a monopolização da TPA, que está a ser usada como veículo de propaganda do MPLA”, refere a carta.

“A monopolização do tempo de antena pelo partido que sustenta o governo, não se verifica apenas na TPA, estende-se a todos os meios de comunicação pública, sejam eles televisivos, radiofónicos ou escritos e os intervencionados”, acrescentam os signatários, apelando a que a ação popular “seja julgada procedente”.

Em função disso, deve ser condenado o Presidente da República, por violar o dever de cumprir a Constituição, destituídos os membros da ERCA “por incumprimento da missão para qual foram investidos” e condenados os conselhos de administração dos Órgãos de Comunicação Social ao pagamento de coimas, exoneração de chefias e instauração de processo crime por suspeita da prática do crime previsto e punível pelo artigo 212.º do Código Penal (Discriminação). A Semana com Lusa

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Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
8 days 23 hours

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
10 days 22 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
18 days 20 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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