O presidente brasileiro, que tem adotado uma retórica anti-comunista e alinha com Washington na visão da potência asiática como rival estratégico, foi na segunda-feira, 4 recebido por Xi Jinping.
Durante a visita de Estado a Pequim de apenas um dia, o presidente brasileiro “limitou-se a cumprir com os mínimos”, ao segurar as “pontes do diálogo” e “garantir os interesses económicos na relação com a China”, analisou José Medeiros da Silva, doutorado em ciência política pela Universidade de São Paulo e professor na Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang, no leste da China.
Em linha com esse posicionamento, Bolsonaro absteve-se em Pequim de referir a parceria estratégica global, cimentada pelas administrações anteriores, ou apoiar formalmente a iniciativa chinesa ‘uma faixa, uma rota’.
"Ficou claro" que a prioridade é a relação económica, mas sem ceder apoio a questões estratégicas “mais sensíveis”, incluindo também a implementação da rede de quinta geração (5G) em parceria com o grupo chinês Huawei.
Washington tem pressionado vários países a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para a Internet do futuro, acusando a empresa de estar sujeita a cooperar com os serviços de informação chineses.
Questionado pelos jornalistas em Pequim sobre uma eventual cooperação com a tecnológica chinesa, Jair Bolsonaro considerou que “por agora, essa hipótese está fora do radar”.
Durante o encontro com o homólogo chinês, Xi Jinping, o líder brasileiro lembrou ainda a interdependência da relação comercial: "Hoje, podemos dizer que o Brasil precisa da China e que a China precisa do Brasil". Daí o "interesse no nosso primeiro parceiro comercial. Interessa-nos muito fortalecer esse comércio”, acrescentou.
Em 2018, as exportações para a China representaram 26,8% do total das vendas do Brasil ao exterior e atingiram um pico de 64,2 mil milhões de dólares, bem demonstrativo do trepidante crescimento da economia chinesa nas últimas décadas.
O Brasil é um importante fornecedor de matérias primas para a China, onde é grande a procura por soja, petróleo e minério de ferro brasileiros.
Fontes: Agência Brasil
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