quinta-feira, 21 novembro 2024

I INTERNACIONAL

Bissau: Presidente José Mário Vaz desafia pressão internacional

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Presidente cessante não recua na decisão de demitir o Governo de Aristides Gomes e convocou o Conselho Superior de Defesa. Isto apesar da comunidade internacional aumentar pressão e ameaçar com sanções. É, segundo analistas locais, a demonstração da postura ditatorial de JOMAV, que é o principal responsável, com a cumplicidade de Madem-G15, PRS e APU-PDGB, da instabilidade política que se vive na Guiné-Bissau. É de louvar a postura dos militares, que até esta, têm estado equidistantes dos conflitos políticos.

Segundo a DW-África, a convocação da reunião do Conselho Superior de Defesa, órgão deliberativo sobre as questões da defesa e segurança na Guiné-Bissau, acontece numa altura em que a comunidade internacional aperta o cerco a José Mário Vaz.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) voltou a manifestar o seu apoio ao Governo liderado por Aristides Gomes, considerando ilegal o decreto do Presidente José Mário Vaz, que destituiu o Executivo.

"O caráter ilegal do decreto que demitiu o Governo, que coincidiu com o fim do mandato presidencial do Presidente da República, viola as decisões saídas da cimeira dos chefes de Estado da CEDEAO, a 29 de junho de 2019", referiu o presidente da Comissão da organização, Jean Claude Kassi-Brou.

Segundo a mesma fonte, a CEDEAO ameaçou aplicar sanções individuais contra todos os que obstaculizarem o processo eleitoral - JOMAV e dirigentes dos seus partidos aliados referidos.

Mas, no fim-de-semana, num comício popular no setor de Pitche, no leste da Guiné-Bissau, o Presidente cessante e candidato às eleições presidenciais de 24 de novembro reafirmou que o seu decreto não vai cair no chão para ser pisado.

José Mário Vaz acusou a CEDEAO de ingerência nos assuntos internos do país: "Eles tomam decisões nos seus países, mas quando é que nos pediram opinião sobre as mesmas? Vou chegar a Bissau e convocar a reunião do Conselho Nacional da Defesa. Depois vou ver quem me ousa desafiar", disse perante a ovação dos seus apoiantes.

Aristides Gomes continua no gabinete

Enquanto isso, o primeiro-ministro demitido por José Mário Vaz continua em funções. Aristides Gomes assegura que o Governo vai continuar a trabalhar e elogia a postura demonstrada, até aqui, pelos militares: "Sei que os militares têm estado a respeitar a linha que lhes é traçada no âmbito da Constituição. Portanto, eu posso felicitar os militares pelo facto de terem mantido até aqui a distância necessária e de não terem feito uma erupção na vida política no nosso país", disse.

Os partidos que apoiam José Mário Vaz, o Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), o Partido da Renovação Social (PRS) e a Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) responsabilizam, em comunicado, a CEDEAO pelas consequências da sua mediação, caraterizada pela "falta de objetividade, parcialidade e desrespeito ao chefe de Estado e demais atores políticos."

Presidente "só tem que cumprir"

O Conselho de Segurança das Nações Unidas mostrou-se, esta segunda-feira (04.11), preocupado com situação social política e social na Guiné-Bissau e apelou "ao Presidente José Mário Vaz e ao Governo liderado por Aristides Gomes, encarregado de conduzir o processo eleitoral, a resolver as suas diferenças num espírito de respeito e cooperação." Frisou ainda a necessidade de realizar as eleições presidenciais na data prevista, 24 de novembro.

Segundo o analista político Rui Landim, o chefe de Estado guineense "só tem que cumprir e acatar aquilo que é a decisão da comunidade internacional".

"A ordem jurídica nacional está ligada à ordem jurídica internacional", lembra Landim em entrevista à DW África.

Campanha eleitoral já nas ruas

Entretanto, a campanha eleitoral para as eleições presidenciais entrou, esta segunda-feira, no seu terceiro dia e alguns dos candidatos desdobram-se em contactos com o eleitorado.

Carlos Gomes Júnior, candidato independente, criticou o partido que chegou a dirigir durante doze anos, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), acusando-o, e ao seu candidato, de estarem a fazer uma campanha de luxo, enquanto o povo sofre.

"Podem trazer helicópteros, Boeing, mas vou ganhar. O PAIGC está a ostentar bens e viaturas de luxo, numa altura em que o povo sofre", disse Carlos Gomes Júnior.

Por sua vez, o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, fala em devolver oportunidades aos guineenses, sem responder a "provocações".

"Não vamos acompanhar aqueles que nos provocam. O nosso mandato é devolver oportunidades a todos os cidadãos guineenses, para sentirem que aqui é a sua terra", afirmou Simões Pereira.

Nuno Gomes Nabiam, apoiado pela Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) e pelo Partido da Renovação Social (PRS), esteve esta segunda-feira em Bissorã, no norte, uma localidade que assume como o seu bastião, conclui a DW-África.

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Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
9 days 12 hours

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
11 days 10 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
19 days 9 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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