O presidente da Câmara de Comércio de Sotavento, Jorge Spencer Lima, disse hoje ao vice-primeiro-ministro que as responsabilidades do Governo no que toca à resolução dos problemas de transportes em Cabo Verde não terminaram com a venda dos TACV.
Jorge Spencer Lima, que falava durante a cerimónia de apresentação da primeira edição do Fórum de Investimento em Cabo Verde, marcado para Junho, disse que o sector privado apoia a posição do Governo sobre a privatização dos TACV e de estabelecer um hub na ilha do Sal.
Contudo, adiantou que os custos da insularidade de Cabo Verde não devem passar às empresas privadas, salientando que a resolução desse problema para garantir a soberania das ilhas continua a ser uma responsabilidade do executivo.
“Pensamos que o Governo não pode deixar de ter responsabilidade nesse processo. O Governo não pode dizer eu privatizei a TACV e agora é um problema de uma empresa privada. Os custos da insularidade de Cabo Verde não são problemas das empresas privadas. O facto de sermos ilhas e termos o problema de soberania das ilhas significa que o Governo continua a ter as suas responsabilidades”, disse.
Neste sentido considera que as reivindicações feitas pelas pessoas de São Vicente pela população praiense, no que diz respeito à conexão com voos internacionais são legítimas e exortou o Governo a encontrar soluções para garantir os voos internacionais para essas duas cidades.
“O Governo não pode lavar as mãos nesta questão. Continua a ter as suas responsabilidades na unificação do território nacional. Daí que estas questões têm de ser vistas, estudadas e têm de ser encontradas as soluções”, disse.
“As soluções existem, é preciso aceitar que os problemas existem e depois atacar os problemas para os resolver”, frisou, afirmando que a questão da ligação internacional a partir da Praia e do Mindelo é fundamental.
Jorge Spencer Lima considera que já é momento de ultrapassar a fase de estudos e resolver os problemas.
No que se refere ao transporte marítimo congratula-se com a realização do concurso, mas considera que se está a levar “muito tempo” para chegar à fase final desse processo.
“Há muito ruído ainda nesse processo”, disse.
Vice-Primeiro-ministro disse que governo não vai subsidiar transportes
Em reacção, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, disse que o Estado não pode subsidiar os transportes aéreos e marítimos dado à falta de recursos.
A opção do executivo, indicou, foi subsidiar os transportes marítimos através de uma compensação financeira.
“Vamos até ao limite para garantir que Cabo verde tenha um sistema de transporte marítimo regular e eficiente, cobrindo todas as ilhas. Transportes aéreos têm de ser um sistema de balanceamento de preços para permitir que o Estado possa ter esse serviço, mas sem qualquer compensação financeira”, explicou.
Olavo Correia sublinhou que não há dinheiro para isso e que nem faz sentido e lembrou que com o sistema de balanceamento do preço o Estado pode intervir, caso seja necessário, em termos de políticas públicas. A Semana com Inforpress
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