«Trata-se de um momento histórico para Cabo Verde que assegura a continuidade da nossa companhia de bandeira e certamente um importante passo para a materialização do Hub aéreo que estará baseado na ilha do Sal», justifica em comunicado o governo.

Para o Palácio da Várzea, esta opção permitiu salvaguardar postos de trabalho, garantindo certamente a possibilidade de ganhos enormes a Cabo Verde nos mais diversos setores da economia com a aceleração da implementação do hub aéreo com base no Sal. «O país terá um maior número de conexões aéreas com o mundo para suportar o desenvolvimento do turismo, bem como uma maior proximidade entre Cabo Verde e a nossa comunidade de emigrantes», perspectiva.

Segundo a mesma fonte, a aceleração da implementação do hub aéreo poderá proporcionar um vasto leque de oportunidades para as empresas de gestão aeroportuária, de abastecimento em fuel, de handling no Aeroporto Internacional do Sal, entre outros, criando assim novas oportunidades de negócios e consequentemente novos postos de trabalho. «Com o fecho deste processo, o Governo vem cumprir com um dos seus importantes compromissos com os Cabo-verdianos», refere o documento.

Processo e Loftleidir Cabo Verde

Envolta em polémica por alegada falta de transparência no processo - desconhece-se por ora os meandros do contrato - a privatização dos Transportes Aéreos de Cabo Verde, S.A TACV, foi assumida, desde sempre, como uma das prioridades do atual Governo da República de Cabo Verde.

O executivo explica que decidiu avançar com um ambicioso programa de reestruturação da TACV em maio de 2017. Isto atendendo a situação financeira deficitária da companhia aérea de bandeira nacional há anos e a necessidade de colocá-la em boas condições para a sua privatização « Em agosto do mesmo ano, deu-se início a uma parceria entre o Estado de Cabo Verde e o Grupo Icelandair, um grupo com experiência internacional reconhecida e com know-how em matéria de aviação comercial. Outra grande vantagem da parceria estabelecida com o Grupo Icelandair passa pelo facto de este ter montado o Hub Aéreo da Islândia, tendo este se tornado a plataforma de distribuição de passageiros e cargas entre o norte da Europa e os Estados Unidos da América».

Já através do Decreto-Lei nº 45/2017 de 21 de setembro foi estabelecido o regime jurídico da privatização do capital social dos TACV, aprovando, por conseguinte, o caderno de encargos que regula os termos e as condições da venda direta a um ou mais investidores. «A 27 de Julho de 2018, a Loftleidir Icelandic submeteu ao Governo de Cabo Verde uma proposta vinculativa para a aquisição de 51% das ações dos TACV, tendo posteriormente proposto utilizar como veículo de aquisição da referida participação a sua participada, a Loftlider Cabo Verde, algo que mereceu a não objeção do Governo. A Loftleidir Cabo Verde é uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF, e em 30% por empresários islandeses com experiência no sector da aviação», destaca.

O executivo de Ulisses Correia e Silva conclui, afirmando que, após um rigoroso período de negociação, as partes chegaram a acordo relativamente aos termos da venda dos 51% das ações dos TACV ao parceiro estratégico Lofleidir Cabo Verde.