Uma responsável do Banco Mundial sublinhou, na Praia, a carteira “forte e diversificada” de projetos em Cabo Verde, mas alertou para o “fraco desempenho” na implementação de alguns, com o Governo a prometer rapidez e excelência.
A observação foi feita, terça-feira (12), pela diretora de Operações para Cabo Verde, Louise Cord, durante um encontro para a revisão conjunta da carteira de projetos financiados pelo Banco Mundial no arquipélago.
A responsável disse que o Banco Mundial tem uma carteira “forte e diversificada” de projetos em andamento em Cabo Verde, de cerca de 100 milhões de dólares (cerca de 88 milhões de euros), mas alertou que o país precisa ser “mais rápido” na implementação de alguns.
Louise Cord notou que isso faz com que o nível de desembolso do Banco Mundial seja de apenas 5%, quando deveria ser de, pelo menos, 9%.
A diretora apontou, por isso, algumas “ações concretas” para que Cabo Verde possa melhorar o desempenho na implementação do portfólio, bem como os níveis de desembolso.
Entre as ações está a avaliação mensal, reforço da capacidade nacional em áreas estratégicos, aumentar o apoio orçamental ao Governo, reforçar apoio ao capital humano e análise dos contratos e prazos dos projetos para evitar derrapagens.
O Banco Mundial tem projetos em andamento em Cabo Verde em setores como os transportes, turismo, desenvolvimento do setor privado e reforma das empresas do Estado e como novos projetos prioriza a educação e a qualificação dos recursos humanos, segundo Louise Cord.
O ministro das Finanças, Olavo Correia, disse que os projetos do Banco Mundial em Cabo Verde estão “todos em bom estado” e “com resultados”, mas reconheceu que o país precisa “aumentar a velocidade” de implementação de alguns.
“Quero pedir a todos aqueles que intervêm nos projetos do Banco Mundial, nós temos que ter um bom desempenho”, solicitou o também vice-primeiro-ministro, dizendo que as pessoas e as empresas querem melhor contexto para poderem empreender, mas que isso “não é compatível com atrasos e bloqueios”.
“Temos de ter um bom desempenho. Temos que ter um sistema de seguimento de avaliação que permita responsabilizar aqueles que possam não estar a cumprir, mas também premiar os melhores”, mostrou o governante.
Olavo Correia pediu a “colaboração de todos” para o país alcançar um “desempenho de excelência” ao nível da implementação dos projetos e também para que possa ter os desembolsos do Banco Mundial “no tempo certo”.
“Mais do que os desembolsos, são os resultados para as ilhas, para as pessoas e para a empresas. Não podemos estar a montar um projeto para levar dois anos. É quase metade da governação. Temos de ser rápidos de parte a parte, de Cabo Verde, mas também do Banco Mundial” reforçou o ministro, que também tutela a Administração Pública cabo-verdiana.
Olavo Correia disse que, no futuro, haverá uma “aposta clara” no conhecimento, na conectividade do país e reforço da resiliência.
“Queremos concentrar o apoio do Banco Mundial por forma a que possamos construir uma massa crítica de jovens altamente qualificados e que possam produzir em Cabo Verde e que possam exportar para a sub-região e para o resto do mundo. Isso exige uma aposta muito forte na educação, mas também na formação profissional e no acesso às tecnologias de informação e comunicação”, apontou o ministro das Finanças.
Olavo Correia salientou que o Banco Mundial tem sido um “parceiro forte” de Cabo Verde ao nível dos transportes e da conectividade e está a ultimar os processos relativos à privatização da Cabo Verde Airlines, mas também à concessão dos transportes marítimo. Fonte: África 21 Digital com Lusa
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