O presidente da Câmara Municipal de São Vicente questionou hoje “que milagre fez este novo conselho de administração” da TACV “a ponto de convencer o Governo” de que, “agora sim”, os voos Praia-Lisboa vão ser rentáveis.
É que, para Augusto Neves, em conferência de imprensa, no Mindelo, “todos os cabo-verdianos sabem” que TACV foi sempre uma “empresa-problema e deficitária” e que tem “custado muito” ao Estado e ao povo das ilhas de Cabo Verde.
“A gestão foi sempre feita da Praia nos sucessivos governos e com inúmeros voos Praia-Lisboa, que nunca foram viáveis”, precisou a mesma fonte, que disse aguardar por “um novo milagre” do conselho de administração da empresa que diga que os quatro voos São Vicente-Lisboa também são rentáveis.
O edil pede ainda que caso exista “algum estudo que comprove a viabilidade dos voos Praia-Lisboa” que o mesmo seja apresentado em São Vicente, pelo que, garantiu, vai continuar a pedir os quatro voos semanais da TACV São Vicente-Lisboa.
Isto porque, reforçou, se para outras companhias “com cinco ou seis voos semanais é rentável”, para os TACV “também tem que ser rentável”.
“Trata-se de uma empresa do Estado e, portanto, as decisões são políticas porque, na hora de pagar as dívidas da má-gestão, as decisões têm sido sempre políticas e quem paga é o povo através do Orçamento do Estado”, reforçou o presidente da câmara de São Vicente, autarquia da mesma cor política do Governo.
“Os sanvicentinos confiaram neste Governo e esperamos que o tratamento para com esta ilha, que muito aporta à economia do país, seja igual, e vamos continuar a insistir”, reiterou.
Questionado se a câmara vai apoiar a manifestação prevista para o dia 16, no aeroporto Cesária Évora, anunciada pelo Movimento Sokols, a pedir os voos da TACV, Augusto Neves pôs de parte esta ideia.
“Temos a nossa forma própria de agir e outros instrumentos e vamos seguir a negociar com o Governo e com o primeiro-ministro mostrando a necessidade de São Vicente ter esses voos como anteriormente”, finalizou o autarca que, a 23 de Outubro, já tinha pedido publicamente a retoma dos voos da TACV.
Na semana passada, questionado sobre a possibilidade de a TACV regressar à rota São Vicente-Lisboa, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, considerou que a retoma dos voos internacionais a partir de São Vicente, à semelhança do que já acontece na cidade da Praia, “não é uma decisão administrativa ou política do seu Governo”. A Semana/Inforpress
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