O canal cabo-verdiano Televisão África (TVA) vai investir meio milhão de euros na internacionalização, para estar presente nos países africanos lusófonos, e vai abrir um estúdio em Lisboa até ao final do ano, disse o responsável da empresa.
O canal nasceu com a ambição de ser “uma porta de e para África”, tendo iniciado atividades há cerca de dois anos em Cabo Verde, disse à Lusa em Luanda, Saulo Montrond, fundador e presidente da Televisão África (TVA).
“Há um ano começamos também em Portugal e, neste momento, estamos a dar o primeiro passo para começarmos a estar presentes também no continente africano”, declarou.
A TVA, que transmite em sinal aberto em Cabo Verde, anunciou hoje em Luanda o início das emissões em Angola, através da Zap e vai estar “brevemente” em Moçambique, indicou, acrescentando que quer chegar aos outros países de língua portuguesa em África este ano.
“Estamos a trabalhar para isso”, declarou Saulo Montrond, adiantando que a entrada noutros países significa aceder a outros mercados, unir os povos e valorizar a cultura, mas também poder viabilizar financeiramente o projeto, porque “Cabo Verde é um país pequeno”.
O responsável da TVA adiantou que nos próximos três a seis meses a empresa vai abrir um estúdio em Lisboa para começar a fazer “grandes produções”, a partir de Portugal, o que irá facilitar “o encontro dos vários países”.
“Estando em Lisboa, onde temos uma diáspora expressiva, vai facilitar muto as coisas. Teremos acesso a mais artistas, em termos de qualidade dos conteúdos, maior notoriedade e financeiramente será mais vantajoso”, exemplificou, referindo-se às receitas publicitárias.
O investimento na estratégia de internacionalização rondará meio milhão de euros, dos quais 350 a 450 mil euros destinados à criação do estúdio em Portugal, afirmou, adiantando que a TVA já produziu um filme e vai começar a produzir uma série, gravada em Portugal, Estados Unidos e Angola.
“Vamos apostar em conteúdos ‘premium’”, afirmou.
Saulo Montrond acrescentou que a TVA está também a emitir nos EUA, sendo um projeto virado para a diáspora cabo-verdiana.
“Temos uma diáspora que é de longe superior a quem vive em Cabo Verde, estamos a falar de dois milhões de pessoas ou mais, uma diáspora sedenta por tudo o que acontece em Cabo Verde, pelas notícias, mas também pelo entretenimento, que é algo que estamos a iniciar. Se formos ver as redes sociais, 50% da nossa audiência está na diáspora, essencialmente nos Estados Unidos e Portugal”, sublinhou.
A Semana com Lusa
09 de Fevereiro de 2024
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