A Associação dos Pescadores de Salamansa pretende reactivar a fábrica de transformação de pescado, neste mês, com três funcionários, através de uma parceria com o Instituto do Mar (IMar) e a Escola do Mar (EMar).
A garantia foi dada à Inforpress pelo presidente da associação, Auxílio Matias, que disse ser preciso retornar o funcionamento da fábrica, situada em Salamansa, inaugurada em 2018 e concebida através do apoio da Cooperação Japonesa Overseas Fishery Cooperation Foundation (OFCF), mas que como tantos outros projectos teve recessão com a pandemia da covid-19.
Os planos iniciais, segundo a mesma fonte, seria a reactivação com o projecto de 29 mil contos, anunciado no mês de Outubro também à Inforpress, para a transformação geral, desde reabilitação na estrutura e cobertura, medidas de higienização, alguns equipamentos e aquisição de painéis solares, que já têm o financiamento garantido do Banco Mundial.
Entretanto, ajuntou, como o montante ainda não foi desbloqueado, decidiram por conta própria dar um “passo positivo” para o funcionamento da pequena indústria.
“Pensamos avançar agora no mês de Fevereiro, temos quase toda a matéria-prima e vamos começar com três pessoas para trabalhar diariamente, depois para irmos aumentando o número de funcionários, conforme as vendas”, sublinhou Auxílio Matias, adiantando já terem contactos para fornecer mini-mercados e escolas de São Vicente.
Outro dos avançados é a concepção do logótipo e panfletos que permitirão agora identificar os hambúrgueres, croquetes e outros produtos fabricados na unidade de transformação, que pretende adquirir a matéria-prima principal, o pescado, nos pescadores locais e nos também da cidade do Mindelo.
Em termos monetários, a associação, conforme a mesma fonte, avançará com um montante inicial do próprio cofre de 150 contos, mas já com a ideia de dar continuidade através de linhas de crédito e programas de financiamento do Ministério do Mar. O mesmo Ministério do Mar que auxiliará a organização não-governamental (ONG) na parte de contabilidade, através da parceria entre EMar e IMar.
“É uma experiência que vamos fazer e depois fazer a análise entre três a seis meses, se der certo, continuamos, mas, se não der, procuraremos outras soluções”, explicou Auxílio Matias, para quem é a associação que deve mostrar a disposição e depois criar interesse de futuros parceiros.
Quanto ao retrato do sector da pesca em si, o presidente da Associação de Pescadores de Salamansa vê o sector artesanal como “sem muito futuro” para as próximas gerações, isto é, se não se apostar mais na industrialização, inclusive de conseguirem colocar em prática o “projecto estrutural” de construir um barco de 16 metros para acompanhar os botes de pequeno porte e formar uma frota de pesca.
Uma ideia, que, reiterou, ainda está à procura de parceiros e financiamento.
Em outro quadrante, o responsável dos homens do mar de Salamansa confirmou terem um problema relacionado com a unidade de produção de gelo da localidade, que funciona através de painéis solares, cujas baterias já atingiram o limite de validade de dez anos e começam a dar sinais de enfraquecimento.
Um constrangimento que pensam ultrapassar através da parceria com a OFCF Japão, o financiador inicial do projecto, ou com o Ministério do Mar, através de programas de apoio às associações.
Instituída pela resolução do Conselho de Ministros n.°5/2003 de 24 de julho, o Dia Nacional do Pescador é comemorado anualmente a 05 de Fevereiro e foi criado com vista em prestar um “justo reconhecimento” aos pescadores cabo-verdianos e homenagear a memória de todos aqueles que, ao longo dos anos, têm se dedicado à actividade da pesca.
O objectivo é ainda alertar a população para necessidade de maior valorização da actividade da pesca e incentivar as comunidades piscatórias a participar e usufruir do processo de desenvolvimento nacional.
A Semana com Inforpress
05 Fevereiro 2024
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