A impunidade está a matar o nosso País e é preciso dar um basta nisto. Esta dvertência a propósito dos estrgaos causados pelas chuvas de 11 de agosto em São Vicente é feita pelo ex-deputado e sindcalista Anterno Coelho, para quem agora «temos que enxugar as lágrimas, lançar mãos à obra, mas sem esquecer que é urgente analisar esses crimes e responsabilizar quem deve ser responsabilizado».
«Dir-me-ão que estão construindo. Sim, estão construindo, bem poucas e cuja distribuição é um jogo de cartas marcadas, quando não são ratoeiras, como essas aí em Ribeira de Julião, construidas no leito da ribeira e que o 11 de Agosto veio pôr à nu a sua fragilidade, pois lá estão elas de raiz no ar e não aguentam mais uma chuvada. Felizmente que esperavam as proximidades das eleições para as distribuir e assim não perdemos mais vidas também aí.Por isso, temos que enxugar as lágrimas, lançar mãos à obra, mas sem esquecer que é urgente analisar esses crimes e responsabilizar quem deve ser responsabilizado. A impunidade está a matar o nosso País e é preciso dar um basta nisto», defende Antero Coelho.
Num post que acaba de publicar na sua página de Facebook, Coelho estava, indiretamente, a referir sobretudo aos responsáveis da Câmara Municipal de São e construtores de habitações em locais alegadamente inapropriadas na Ilha e Monte Cara. Ele analisa que São Vicente está a passar por um dos seus piores momentos do que se conhece da sua história: uma cidade submersa na lama, com as suas zonas periféricas devastadas de ponta a ponta, pessoas sem onde encostar para chorar os seus mortos, meninos sem pão, sem roupa e sem onde encostar para dormir um pouco.
«PORÉM, aproveitando esta situação de infelicidade generalizada, há duas situações oportunistas sobre as quais não se pode calar: (i) o oportunismo dos ladrões de pés nus e sem gravatas, que não têm pejo em roubar o pouco que sobrou a algumas pessoas, como seja o caso dos vendedores da Praça Estrela ou dos comércios afetados; e (ii) os 'advogados do diabo' que vêm nos dizer que não é hora de falar dos enormes CRIMES ECOLÓGICOS e URBANÍSTICOS de que S. Vicente tem sido alvo, que potencializaram a catástrofe em que vivemos hoje na ilha: Leitos de Ribeiras ocupadas por prédios enormes, terras amontoadas nas encostas, arvores derrubadas (que podiam ajudar a segurar as enxurradas), o açambarcamento dos terrenos para fins especulativos e, quiçá, lavagem de capitais, pois a CMSV só vende terrenos a quem tem grandes disponibilidades financeiras, desde que introduziu aquela exigência de 'doação' (forjada), exatamente para alegadamente favorecer um grupo de ricos e impedir que o pobre tenha acesso a um pequeno lote para construir, colocando os cidadãos em situação de desigualdade perante os bens públicos, em função da sua condição financeira. Daí a ocupação clandestina das encostas com casas de bidon, sendo que Mindelo, onde as casas de lata estiveram quase a desaparecer no consulado de Onésimo Silveira, hoje é a cidade com mais casas de lata no País, o que não é apenas uma vergonha para S. Vicente, mas uma vergonha nacional», descreve.
«Dir-me-ão que estão construindo. Sim, estão construindo, bem poucas e cuja distribuição é um jogo de cartas marcadas, quando não são ratoeiras, como essas aí em Ribeira de Julião, construidas no leito da ribeira e que o 11 de Agosto veio pôr à nu a sua fragilidade, pois lá estão elas de raiz no ar e não aguentam mais uma chuvada. Felizmente que esperavam as proximidades das eleições para as distribuir e assim não perdemos mais vidas também aí.Por isso, temos que enxugar as lágrimas, lançar mãos à obra, mas sem esquecer que é urgente analisar esses crimes e responsabilizar quem deve ser responsabilizado. A impunidade está a matar o nosso País e é preciso dar um basta nisto», defende Antero Coelho.
Solidariedade nacional e internacional
Ainda no post referido, Antero Coelho analisa a forte solidariedade nacional e internacional que São Vicente e os afectados pelas chuvas de 11 de agosto vêm recebendo.
Destacou que as autoridades locais e nacionais estão empenhados em ajudar amenizar a situação e a população mobilizou como nunca, não só nesta ilha martirizada como em todo o País, tendo chegado equipas de outras ilhas e até mesmo de Portugal, destacando-se a atitude das Câmaras Municipais de diversas ilhas de cancelar atividades festivas e de pôr parte dos recursos à disposição de S. Vicente.
«As Comunidades Caboverdianas espalhadas pelo Mundo estão mobilizadas, coletando meios para ajudar S. Vivente. A Comunidade Internacional começou a reagir e é quase certo que desta se receberá alguns milhões, que podem dar um grande impulso na resolução de uma parte significativa dos problemas de S. Vicente», salienta Antero Coelho no post que vimos citando.
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