A situação deve atingir de forma mais dura os países desenvolvidos, que devem registar uma redução de 10% no fluxo de comércio. A projecção da OMC é bem pior do que a apresentada há dois meses pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que calculou uma redução de 3% para 2009.
A OMC diz que a redução no volume comercializado mundialmente já era perceptível no ano passado.
Proteccionismo
"Nos últimos 30 anos, o comércio vem sendo uma parte cada vez maior da actividade económica, com um crescimento nas transacções muitas vezes ultrapassando o aumento de produção", afirmou o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, acrescentando que a produção de muitos produtos é feita em locais diversos, portanto existe um efeito em cascata. Quando a demanda cai bastante, o comércio diminui ainda mais.
"Como consequência, muitos milhares de empregos relacionados com o comércio vem sendo perdidos", afirmou. Lamy pediu que, apesar do aumento do desemprego, os governos não dêem apoio a empresas deficitárias contra competidores estrangeiros.
Analistas temem que um crescimento de políticas isolacionistas agrave ainda mais a crise, a exemplo do ocorrido na década de 1930. "O uso de medidas proteccionistas está crescendo. O risco disso é impedir que o comércio se torne uma das ferramentas de recuperação", disse o diretor-geral da OMC. "Ao restringir as importações, você só faz com que seu parceiro faça o mesmo e suas exportações são afectadas", finalizou.
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