A Associação Carnavalesca e Cívica Estrela do Mar vai desfilar o enredo “I Love Terra”, no Carnaval 2025, em São Vicente, e apelar à mudança do comportamento humano, cujas acções estão a provocar aquecimento global e catástrofes.
“O grupo carnavalesco Estrela do Mar, cujo nome, ‘Stellamaris’, em latim, simboliza cura e renovação, vamos convocar para 2025 uma verdadeira manifestação de cor, ritmo e folia pelas ruas de morada, denunciando aquilo que a o papa Francisco terá chamado de o grande pecado contra a criação”, disse Emanuel Ribeiro.
Esta informação foi avançada em conferência de imprensa pelo carnavalesco do grupo Estrela do Mar, Emanuel Ribeiro, que explicou que o grupo, pela sua consciência ambientalista, vai entrar na Rua de Lisboa “sambando e clamando” pela “preservação urgente” do planeta.
Segundo o carnavalesco, todos os dias os noticiários dão conta da destruição desenfreada do planeta Terra e das suas consequências, exactamente por causa do factor humano que, “por ganância e sede do poder”, vem “destruindo a sua própria casa e emborcando a sua própria panela”.
Para Emanuel Ribeiro, apesar de muita gente pensar que as mudanças climáticas e o aquecimento global são assuntos de “luxo para ricos e políticos”, esses temas são transversais a toda a humanidade.
Principalmente Cabo Verde, prosseguiu, “um país pobre e vulnerável” onde a população se aglomera em litorais, sob o risco de submersão, com “a eminente subida do nível do mar” por fusão do Ártico.
“O grupo carnavalesco Estrela do Mar, cujo nome, ‘Stellamaris’, em latim, simboliza cura e renovação, vamos convocar para 2025 uma verdadeira manifestação de cor, ritmo e folia pelas ruas de morada, denunciando aquilo que a o papa Francisco terá chamado de o grande pecado contra a criação”, disse Emanuel Ribeiro.
Segundo a mesma fonte, o grupo Estrela do Mar vai-se solidarizar com quantos se erguem na defesa do planeta, contra as causas dos sete grandes flagelos da actualidade e que são vistos por alguns como as sete trombetas do apocalipse.
“São os poluentes e a poluição marinha, as queimadas e o desmatamento, o lixo a céu aberto, os gases de efeito estufa, a pecuária insustentável, a betonização sem planificação do planeta e nós temos isso na nossa urbe apesar de ser pequena”, acrescentou a mesma fonte
Conforme Emanuel Robeiro, o Estrela do Mar vai juntar a sua voz à de todos os foliões, e também das várias entidades e organizações ecologistas.
Isto porque, considerou, se unirem em todas as frentes, nessa causa que é de todos, a história do planeta poder ser contada de outra maneira, e seguir dali para frente um outro rumo.
Por seu lado, o presidente do Estrela do Mar, Júlio do Rosário, considerou, na ocasião, que este ano o grupo decidiu fazer algo diferente e apresentar o tema porque até o Carnaval 2025 a intenção do Estrela do Mar é desenvolver e socializar diferentes actividades alusivas ao tema.
“Muitas das vezes o grupo trabalhava sem enredo e no dia do desfile de Carnaval muito pouca gente entendia o enredo. Por isso, decidimos apresentar este tema e desenvolvê-lo durante os próximos meses para incutir na cabeça das pessoas para que no dia do desfile possam seguir e entender na íntegra o enredo”, precisou a mesma fonte.
Após a apresentação do enredo, o presidente do Estrela do Mar assinou um protocolo de um ano, mas renovável, com a associação ambientalista Biosfera 1 para desenvolver projectos conjuntos.
“Sempre foi intenção trabalhar e ter a Biosfera como parceira porque normalmente o que o grupo traz para o Carnaval é também de interesse da Biosfera. O acordo vai possibilitar que desenvolvam projectos conjuntos”, explicou Júlio do Rosário.
Para o representante da Biosfera 1, Tommy Melo, o protocolo possibilita às duas instituições, desenvolverem actividades conjuntas para o bem do ambiente e da sociedade, e também para ter uma abordagem consciente do material usado na confecção dos andores, alegorias e trajes carnavalescos.
“O descarte do material depois do Carnaval, como carros na rua, peças e obras de arte, pode ser utilizado de uma outra forma. São coisas que podem bem ser feitas em parceria com outras instituições para o uso desse material ao invés de ter um fim logo na quarta-feira, após o Carnaval”, considerou.
A Semana com Inforpress
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