O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, garantiu esta terça-feira que o ex-dirigente do PAICV (oposição) Júlio Correia, que pediu recentemente a desvinculação do partido, “não é assessor nem conselheiro” do Governo.
Segundo a Inforpress, ao ser abordado pelos jornalistas para comentar a suspensão imediata e desfiliação de Júlio Correia do principal partido da oposição e sobre as informações veiculadas nas redes sociais de que estaria a prestar assessoria ao Governo, o chefe do executivo disse que “não é verdade”.
Ulisses Correia e Silva falava à imprensa, no final desta manhã, depois de presidir o encontro de alto nível com a equipa das Nações Unidas em Cabo Verde, tendo garantido que Júlio Correia não tem nenhum vínculo laboral com o Governo.
Aliás, segundo avançou, para ser assessor e conselheiro do governo, obriga a publicação no Boletim Oficial.
“Júlio Correia é uma pessoa que é respeitável e a gente deve respeitar o seu percurso, aquilo que ele representou e representa para o sistema político cabo-verdiano, agora (…) esses ‘fait divers’ visam apenas atacar a própria pessoa”, afirmou o PM, que, segundo os críticos, não falou no entanto do supsoto contrato do governo com Júlio Correia para a instalação do Polo da UNICV na cidade de São Filipe-Fogo.
Conforme ainda a Inforpress, as informações de que Júlio Correia estaria a prestar assessoria ao líder do MpD começaram a circular nas redes sociais depois deste ter divulgado a carta enviada ao presidente do PAICV solicitando a sua suspensão imediata e desfiliação do partido.
Na segunda-feira, 15, instado a se pronunciar, o líder do PAICV, Rui Semedo, lamentou a decisão da saída do “camarada e amigo” Júlio Correia do partido e escusou-se a comentar as razões apresentadas pelo antigo secretário-geral do PAICV- diz ser normal entrada e saida de um militante e fez questão de realçar que o partido está focado na preparação das eleições autárquicas e na procura de soluções para a situação difícil que se vive neste momento em Cabo Verde.
Em carta dirigida ao presidente do PAICV, datada de 11 de Julho, Júlio Correia justificou a sua desvinculação por não se rever na “prática de rebaixamento” dos valores e princípios que nortearam a criação do partido.
Júlio Correia foi presidente da Câmara Municipal dos Mosteiros, na ilha do Fogo, ministro e deputado da Nação e foi secretário-geral do PAICV.
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