Os músicos do género funaná Iduino Ferro Gaita e Kim di Santiago expressaram nesta quinta-feira, na cidade da Praia, seu orgulho pela elevação do funaná a património nacional, perspectivando que esse género tradicional também seja reconhecido mundialmente.
"Estamos satisfeitos. Há muito que estávamos à espera deste feito, pois trabalhamos nesse sentido todos os dias, isso mostra que todo o nosso esforço foi valorizado e esperamos alcançar ainda mais. Portanto, estamos gratos e muito orgulhosos", disse Iduino em declarações à Inforpress.
A expectativa, conforme referiu o artista, é que o funaná seja reconhecido mundialmente, assim como a Morna Património da Humanidade pela Unesco. No entanto, disse convicto da necessidade de continuar a trabalhar para elevar o funaná a esse patamar.
"Para chegar lá, todos devemos continuar a trabalhar. Todo o trabalho começa em casa. Já recebemos muitas homenagens, muito reconhecimento, mas este tem um sabor diferente", salientou Iduino, fundador do grupo Ferro Gaita.
Quem também recebeu a notícia com “grande satisfação" foi músico, compositor e intérprete Kim di Santiago, congratulando-se com esta iniciativa do Governo.
"Chegou um pouco tarde, mas mais vale tarde do que nunca. Tudo é um percurso, tudo tem um processo. O facto é que temos um acervo já muito forte, portanto é bem merecido e congratulamo-nos com essa iniciativa do Governo e estou muito satisfeito", ressaltou.
Segundo o músico, os fazedores de Funaná sentem-se recompensados com medidas legislativas desta natureza que acabam por se traduzir em um reconhecimento da nação cabo-verdiana.
"Sempre defendi que já era hora do funaná conquistar esse espaço também, devido a toda a sua evolução e contribuição para o enriquecimento do nosso património cultural. Sem dúvida, pelo que se tem desempenhado, esse reconhecimento era importante", disse.
Para Kim di Santiago, a elevação do funaná a património nacional constitui um "incentivo muito forte" para continuarem a trabalhar, formulando votos de que é preciso que todos os intervenientes nesse processo, nomeadamente músicos, compositores e intérpretes, primar pela qualidade, não só para preservar, mas também para aperfeiçoar e evoluir cada vez mais, sem perder a sua "essência".
"Há sempre essa expectativa de que agora pode ser elevado a património da humanidade, então é continuar a trabalhar com seriedade, porque temos um papel fundamental para isso", enfatizou.
O Governo, através do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, elevou o género musical funaná a Património Cultural Imaterial Nacional, através da portaria 9 de Abril, prestando uma homenagem aos guardiões dessa prática, aos “grandes nomes” da música.
A classificação do funaná resulta de um “amplo trabalho” técnico de documentação, inventariação, proposta de protecção legal por via da classificação e várias ações de variada natureza, que perspectivam, por via da elaboração de um plano de salvaguarda, a viabilidade, transmissão e perpetuação do elemento enquanto património imaterial
A Semana com Inforpress
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