quinta-feira, 19 setembro 2024

E ECONOMIA

Língua materna: Escritor denuncia “simulacro” e “fraude” no processo de introdução no ensino da língua cabo-verdiana

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa
 

O escritor cabo-verdiano José Luiz Tavares denunciou hoje, em entrevista à Inforpress, o que considera ser um “simulacro” e uma “fraude” no processo de introdução no ensino da língua cabo-verdiana.

O processo de introdução no ensino é um simulacro e uma fraude à Constituição. Como é que é possível dignificar a língua cabo-verdiana colocando o seu ensino nos últimos anos do secundário, como matéria opcional, sem professores formados para tal?”, questionou o poeta e tradutor de Camões, Fernando Pessoa e da Declaração Universal dos Direito Humanos para a língua cabo-verdiana.

Para José Luiz Tavares, ao proceder-se dessa forma, dá-se a ideia que há um intuito de fazer com que os resultados alcançados não sejam satisfatórios e, desse modo, com base nisso, encontrar-se um “alibi para postergar para um futuro incerto a sua introdução plena no ensino”.

Em declarações hoje à Inforpress, Dia Internacional da Língua Materna, o mais premiado poeta cabo-verdiano considerou que em termos institucionais Cabo Verde não deu um único passo em frente.

“Pudera! se um dos conselheiros do primeiro-ministro é um dos maiores reacionários linguísticos em matéria da língua materna cabo-verdiana”, ironizou.

E prosseguiu: “Não se pode perguntar a um ser humano se ele quer aprender a sua língua, ou se ele quer ser livre: é uma pergunta ilegítima, porque o homem nasce livre, e a primeira manifestação dessa liberdade é capacidade de ele exprimir a sua mundividência por escrito ou oralmente na sua língua natural”.

O processo do ensino massivo da língua materna, acrescentou, tem que começar com a formação de professores e investigadores, e com a introdução em todos os cursos das universidades públicas cabo-verdianas uma disciplina de introdução aos estudos da língua cabo-verdiana ou cabo-verdiano elementar, e negociar com as universidades privadas também a sua introdução.

Defendeu que nos concursos para lecionação nas universidades devia haver o quesito do domínio formal escrito da língua cabo-verdiana, “que é uma forma de incentivar os professores” a aprender formalmente a língua cabo-verdiana.

Aliás, a Universidade de Cabo Verde devia ter cursos de língua cabo-verdiana em horário pós-laboral para os seus docentes, cuja esmagadora maioria não domina formalmente a sua língua natural”, observou.

 

A Semana com Inforpress

21 fevereiro 2024

 

 

120 Characters left


Colunistas

Opiniões e Feedback

joao neves2
7 days 9 hours

Porquê que as eleições têm de ser realizadas apenas num Domingo? O Governo não pode conceder tolerância de ponto?

D. G. WOLF
16 days 4 hours

A Guiné-Bissau é uma espinha atravessada na garganta dos cabo-verdianos.

JP
20 days 6 hours

hehehe SATANÁS ta inspeciona DEMONIOS hehehe Só trossa propi

Pub-reportagem

publireport

Rua Vila do Maio, Palmarejo Praia
Email: asemana.cv@gmail.com
asemanacv.comercial@gmail.com
Telefones: +238 3533944 / 9727634/ 993 28 23
Contacte - nos