A empresa irlandesa Paradise Beach vai investir 250 milhões de euros, em 10 anos, para remodelar e ampliar um aldeamento turístico na ilha cabo-verdiana do Sal, conforme o documento do acordo com o Estado, consultado esta segunda feira pela Lusa.
Em 2006 a Paradise Beach – Aldeamento Turístico Algodoeiro S.A começou um investimento de 3,3 mil milhões de escudos (30 milhões de euros) numa área de 28 hectares na ilha do Sal, para construção de um aldeamento turístico, descreve o documento.
O projeto está em funcionamento desde 2011, e o investimento já chegou aos 9,9 mil milhões de escudos (90 milhões de euros), com 851 apartamentos, dando emprego a 46 pessoas e funcionando apenas como um condomínio de aluguer de residências a curto, médio e longo prazo.
Entretanto, os investidores adquiriram um lote de terreno de 35,2 hectares na mesma Zona de Desenvolvimento Turístico Integral (ZDTI) de Algodoeiro, para remodelar, ampliar e converter o aldeamento turístico existente.
Trata-se de um investimento de 27,5 mil milhões de escudos (250 milhões de euros), que vai remodelar, ampliar e converter atuais unidades noutras, totalizando 2.534 apartamentos, para ser desenvolvido em quatro fases, nos próximos 10 anos e criando 1.800 empregos diretos.
Na primeira fase da nova empreitada, cujas obras deverão começar no próximo mês para durarem dois anos, o investidor pretende concluir e converter 543 unidades em 818 suítes luxuosas, prevendo ainda a construção de um hotel de cinco estrelas, num investimento total de 8,8 mil milhões de escudos (80 milhões de euros).
Na segunda fase, está prevista a conclusão e conversão de prédios e infraestruturas em 616 unidades e mais um hotel, com início em 2025, correspondendo a um investimento de 5,5 mil milhões de escudos (50 milhões de euros).
Em 2027, está previsto o arranque da terceira fase, que vai contemplar novas instalações para um outro hotel de cinco estrelas com 350 quartos, num montante de investimento de 3,8 mil milhões de escudos (34,8 milhões de euros).
A quarta e última fase do projeto contempla um novo edifício para mais um hotel de cinco estrelas, composto por 750 suítes, e muitas outras valências, num investimento de 9,3 mil milhões de escudos (85 milhões de euros), devendo começar a ser construído em 2029.
Segundo o Governo, o investimento insere-se integralmente no Plano de Ordenamento Turístico (POT) da ZDTI de Algodoeiro, em curso, e respeita as exigências de proteção ambiental da zona.
No documento do acordo entre a empresa e o Estado para o desenvolvimento do projeto, aprovado em Conselho de Ministros em 10 de outubro e que entrou em vigor no sábado, o executivo considerou que o projeto é “estruturante para o desenvolvimento do turismo na ilha do Sal e em Cabo Verde, em geral”.
O Governo de Cabo Verde considera o projeto “de grande valia” para promoção e aceleração do desenvolvimento da economia nacional, por isso, o declara de “interesse excecional”, lê-se na convenção de estabelecimento, assinada pelo vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, e pelo administrador da Paradise Beach Aldeamento Turístico Algodoeiro SA, Edward Cotter.
Em 2022, Cabo Verde recebeu 785.272 turistas, num crescimento de 481,5% em relação ao ano anterior, num setor que representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, e é considerado o "motor" da economia.
A Semana com Lusa
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