O presidente da Cabo Verde Empresas, Andrea Benolli asseverou esta sexta-feira que o verdadeiro desafio, no País, “foi, é e continuará a ser” o transporte doméstico e não o incentivo ao turismo internacional, já presente, gerido pelos privados.
“O verdadeiro desafio não é incentivar o turismo internacional, já presente, gerido pelo sector privado e com extraordinário efeito multiplicador na economia nacional e com constantes investimentos estrangeiros e nacionais. O verdadeiro desafio foi, é e continuará a ser o transporte doméstico”, reiterou, Andrea Benolli, através de uma nota de imprensa a que Inforpress teve acesso.
Referindo-se que a situação dos transportes “nacionais” em Cabo Verde é “altamente constrangedora”, estribado nalgumas notícias “alarmantes” sobre a situação, publicadas nos jornais nas últimas cinco semanas, Andrea Benolli disse que apesar disso, a posição do actual ministro “mantém-se inalterada”.
“E o plano de acção no sector dos transportes domésticos continua por publicar. Ainda não conhecemos os planos estratégicos e operacionais do Ministério dos Transportes para regular o mercado, para que as ligações inter-ilhas sejam um recurso para o País e não um drama social contínuo”, exteriorizou.
Segundo a mesma fonte, o transporte doméstico não é apenas uma questão de comércio, mas sobretudo uma questão social prevista na Constituição e o garante do direito à mobilidade.
“Mas não se pode garantir o direito à mobilidade quando os preços do transporte aéreo ultrapassam o salário mínimo, e o marítimo exige muitas horas de sofrimento a que nem todos podem resistir, devido à idade ou às condições de saúde”, contemplou.
Enquanto representante dos empresários, Andrea Benolli disse que a Cabo Verde Empresas apoia a opção estratégica de incentivar a descentralização da oferta turística, prevista no plano estratégico de marketing, aprovado pelo Governo, alargando o destino de Cabo Verde a todas as nove ilhas habitadas, porém, compreende que trata-se de uma “aposta inviável”.
“A aposta é inviável, à partida, já que não existem condições mínimas para transporte interno de forma a dar qualquer tipo de garantia aos turistas internacionais ou nacionais, tanto em termos de preços, regularidade e previsibilidade tanto no sector aéreo como no sector marítimo”, fundamentou, colocando uma série de questionamentos.
O representante da Cabo Verde Empresas concluiu, analisando que sem uma rede de transportes inter-ilhas eficaz, o País não conseguirá desenvolver-se de forma homogénea, aumentando cada vez mais as desigualdades entre as ilhas que gozam de um mínimo de economia de escala, designadamente Santiago e São Vicente, e as menos populosas, que não conseguem exportar sua produção com prazos e custos competitivos.
“Aguardamos por uma nova dinâmica no transporte inter-ilhas, capaz de representar uma vantagem competitiva e um exemplo a nível internacional, prestando serviços eficientes, eficazes e a preços competitivos, graças à política de “low-cost”, finalizou. A Semana com Inforpress
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