O SOS já está lançado. Agosto vai ao meio, mas as chuvas tardam em cair em Cabo Verde. O aviso parte do presidente da Câmara Municipal dos Mosteiros, que anuncia que já está a preparar os planos de emergência para acudir os munícipes e reduzir os impactos da seca, naquele município da ilha do Fogo.
Segundo a RNC, Carlos Fernandinho Teixeira mostra-se preocupado com esse atraso na queda das primeiras precipitações gerais e lembra que o seu município tem agora responsabilidades nos sectores da Agricultura e Ambiente. O Edil das terras do café revela que Mosteiros está a ultimar os dois planos referidos, equacionando as possibilidades de mais um ano de seca ou de chuvas tardias - diz que vai submeter esses instrumentos de gestão ao Governo da República.
Diante desta situação, o Presidente da Câmara Municipal dos Mosteiros defende que é preciso que os poderes públicos – governamental e local – agem com a rapidez para auxiliar os agricultores e criadores de gado.
Falta de pastos e silêncio do governo
Entretanto, a situação é crítica quanto à produção e distribuição de pastos para os animais em todas as ilhas de Cabo Verde. Em Santiago, criadores de gado contactados pela RCV confirmam inclusive a falta de milho para animais. Por isso, há registo de animais que morrem, como acontece, por exemplo, em Moia-Moia, no concelho de São Domingos.
Ou seja, a ruptura de stock do milho de segunda pode pôr em causa o fornecimento de ração animal já a partir do fim desde mês. O próprio diretor da Upranimal confirmou, à RCV, que o milho para fabrico de ração animal está indisponível no mercado. «E não há milho, devido ao atraso no processo de importação», explicou Denílson Silveira.
Como produtor da ração animal a nivel nacional, a Upramimal informa que, neste momento, só tem sotock disponível para abastecer o mercado por mais duas semanas. O seu director admite que neste momento possa não haver também, no mercado, milho para o consumo humano.
Conforme a mesma firma, a actual rotura de Stock do milho fica a dever-se ao atraso na sua importação. Mas Denílson Silveira faz questão de explicar que as fracas condições de armazenamento no país complicam um pouco esse negócio - os silos da Praia são ainda utilizados pela Moave e SIC e não garantem capacidade para mais que 4 mil toneladas.
Denílson Silveira garantiu, no entanto, que caso não haja atrasos na importação do milho, não haverá problemas no abastecimento de ração num eventual cenário de seca.
Entretanto, o governo nada diz ainda quanto às perspectivas do novo ano agrícola e das medidas que vai tomar para assegurar pastos para animais, diante da falta de milho que se regista no país tanto para animais como para o consumo humano.
Terms & Conditions
Report
My comments