A medida penalizadora das exportações de material indispensável à indústria sul-coreana — de smartphones e semicondutores — foi formalmente aprovada pelo gabinete do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, nesta sexta-feira, 2, e segundo o ministro das Finanças passa a vigorar a partir do dia 28 deste mês.
A resposta do presidente Moon Jae-In foi imediata, prometendo tomar medidas equivalentes” à “decisão intempestiva e egoista do Japão”.
A Coreia do Sul já revelou que vai rever a sua atual colaboração na troca de informação militar com o vizinho do mar do Japão – as duas capitais distam pouco mais de mil quilómetros —, bem como, vai levar o caso às instâncias internacionais, como a OMC-Organização Mundial do Comércio.
“O governo japonês tem de responsabilizar-se por piorar a situação, ao ignorar quer o governo da República da Coreia quer os esforços da comunidade internacional para uma solução”, afirmou Moon em conferência de imprensa.
“Quero expressar a nossa intenção inequívoca de tomar as medidas necessárias para responsabilizar o governo do Japão por aquilo que doravante vier a acontecer”, disse Moon, citado pela agência noticiosa Yonhap.
Também o ministro das Finanças, Hong Nam-Ki, verbalizou que Seul retirará o Japão da “lista branca” sul-coreana, como informa a AP-fazendo notar todavia a inexistência de informações sobre tal lista.
Compensações da Segunda Guerra despoletam guerra comercial
O Japão justifica que existe uma lacuna nas relações entre os dois países que advém do facto de a República da Coreia reivindicar compensações pelos prejuízos causados pela intervenção japonesa no país durante a Segunda Guerra.
As relações ficaram mais tensas no último ano, com as sentenças de tribunais a condenarem empresas do Japão a pagar à Coreia do Sul compensações pelo trabalho forçado a que os sul-coreanos foram submetidos.
Lista A: EUA, França,Argentina…
A Coreia do Sul era até esta data o único país asiático a constar na lista dos privilegiados no intercâmbio comercial com o Japão – o Grupo A, que totaliza vinte e seis país.
Doravante no grupo B, a Coreia do Sul passa a estar sujeita “a um controlo mais estrito dos produtos”, como indicou o ministro nipónico da Economia, Comércio e Indústria.
“Haverá um controlo mais rigoroso por parte dos exportadores, que têm a obrigação de confirmar meticulosamente que o destino final quer o uso final dos produtos de exportação”, disse o ministro japonês citado pelo Japan Times.
A 4 de julho, o governo de Abe tinha imposto restrições sobre a exportação dos produtos químicos — como os fluoropolímeros e o grupo de químicos “resistentes”— que são vitais para a indústria de smartphones e semicondutores fabricados na Coreia do Sul.
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