O Banco de Cabo Verde (BCV) reviu em alta o crescimento económico do país para este ano, em resultado dos “desenvolvimentos económicos recentes” e as “expectativas em torno das políticas macroeconómicas”, segundo o relatório de política monetária da instituição.
"O cenário central das projeções atuais do BCB aponta para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em volume na ordem dos 5%, sustentado numa maior dinâmica dos investimentos (público e privado) e num significativo aumento do consumo público”, lê-se no sumário executivo do documento.
A taxa média anual de inflação deverá reduzir dos 1,3% para 0,9%, em 2019, o que traduz “as expectativas e os consequentes impactos, nos preços no consumidor, da evolução prevista dos preços das matérias primas energéticas e não energéticas nos mercados internacionais”.
Segundo o BCV, o crédito à economia deverá crescer em torno de cinco por cento, “dissipados os efeitos da liquidação de um grande financiamento em inícios de 2018, em certa medida impulsionado pela implementação de mecanismos públicos de partilha de riscos e de redução do custo de financiamento, num contexto de contínua melhoria da confiança dos agentes económicos”.
O documento refere que as estatísticas disponíveis para 2018 apontam para um fortalecimento da atividade económica, com o crescimento do PIB real estimado em 5,5 por cento (4% em 2017), para a manutenção da taxa de desemprego em 12,2% e para um aumento da inflação média anual de 0,8% para 1,3%.
Em relação às contas externas, “melhoraram, com a redução do défice comercial de bens e serviços, com a diminuição dos rendimentos pagos aos investidores não residentes e com a desmobilização de ativos externos pelos bancos nacionais. As reservas internacionais líquidas do país registaram um aumento de cerca de oito milhões de euros, passando a garantir cerca de 5,6 meses de importações de bens e serviços”.
A oferta monetária moderou com “a redução das disponibilidades líquidas da economia sobre o exterior e o crescimento modesto do crédito ao setor privado (em 1,9% face a 6,8% de 2017), reflexo, respetivamente, da deterioração das perspetivas de rendibilidade das aplicações no exterior e da liquidação do crédito concedido a um grande promotor turístico através de um sindicato de bancos nacionais”.
Sobre o défice global das contas públicas, o BCV informa que reduziu de 3,1% para 2,6% cento do PIB, devido à “diminuição dos investimentos públicos e ao contínuo aumento das receitas fiscais”.
“Em consequência da contenção das necessidades de financiamento do Estado e do crescimento acelerado do PIB nominal (na ordem dos sete por cento), o stock da dívida pública, excluindo os Títulos Consolidados de Mobilização Financeira, reduziu dos 126,6% para 123,4% do PIB”, lê-se na nota do banco central de Cabo Verde. A Semana com Lusa
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