O presidente do Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (Sindep), Jorge Cardoso, declarou esta sexta-feira na Praia, que se o Governo “continuar com esta postura arrogante e extremista” as notas vão ser congeladas ainda no final deste trimestre.
“O senhor director nacional da Educação deve respeitar a classe docente, por mais que tentaram, hoje(20/09), por exemplo, as escolas não funcionaram. Eles arranjaram muitas artimanhas, mas mesmo assim não surtiu efeito”, vincou Jorge Cardoso.
“Nós estaremos a trabalhar para, de facto, se o Governo manter essa postura arrogante e extremista, o congelamento de notas ainda no final deste trimestre”, prognosticou aquele líder sindical.
Jorge Cardoso, em declaração à Inforpress ao fazer o balanço dos dois dias de greve iniciados nesta quinta-feira, 19, garantiu que a luta continua e já anunciou uma nova jornada de luta sindical, que concistirá numa manfiestação nacional no próximo dia 5 de outubro, Dia Mundial dos Professores.
“Para nós foi bastante positivo e começamos a ter resultado porque, de facto, de forma teimosamente, o Governo já publicou a lista de pagamentos de subsídios pela não redução da carga horária, algo que deveria ter acontecido desde Junho”, mencionou.
Para o presidente do Sindep citado pela Inforpress esta medida mostra que a greve valeu a pena e que os professores responderam à altura, a nível nacional.
Instado sobre as declarações do director nacional da Educação, Adriano Moreno, que afirmou hoje que a “fraca adesão” à greve dos professores “mostra claramente” que os mesmos já tomaram consciência de quem está a defender os seus interesses, o sindicalista lhe exigiu respeito à classe docente.
“O senhor director nacional da Educação deve respeitar a classe docente, por mais que tentaram, hoje(20/09), por exemplo, as escolas não funcionaram. Eles arranjaram muitas artimanhas, mas mesmo assim não surtiu efeito”, vincou Jorge Cardoso.
Em conclusão, Jorge Cardoso reforçou, segundo ainda a Inforpress, que muitas escolas não funcionaram, que em vez de lecionar de forma normal, foi feito através de comissários, palestras entre outras actividades “precisamente para tentar enganar e ludibriar” a opinião pública.
Ilha do Sal: Greve com manifestação
Conforme apurou a nossa reportagem, na manhã desta sexta-feira, 20, professores posicionaram em frente às escolas de Espargo, Palmeira e Santa Maria, para mais um dia de greve, tendo mantido o número de participantes do dia anterior. Muitos continuaram, no entanto, a lecionar normalmente.
Para a suspensão da greve o Delegado Sindical, João Baptista, informou que houve, por volta das 17h30, uma manifestação em frente à Escola Olavo Moniz, Espargos.
O Delegado deu os parabéns a quem participou na greve, descrevendo como sendo « pessoas inteligentes, que conhecem o valor da liberdade e não têm medo de exigir o seu direito».
Ilha de S.Nicolau: Mais adesão no segundo dia da greve
A professora Elsa Neves, com 30 anos de profissão, contou à nossa Redação esta sexta-feira, que o número de professores presentes na greve foi um pouco superior ao do dia anterior, visto que então houve uma formação sobre a Inteligência Artificial e os professores marcaram presença.
Informou ainda que sexta-feira todos os docentes estiveram concentrados em frente à Escola Lucília Freitas Polo I e II, do Tarrafal, até o término da greve.
São vicente: Com maior adesão nacional e protestos de rua
O Secretário-executivo Regional do Sindep em São Vicente informou ao ASemanaonline que no segundo e último dia da greve nacional dos professores a adesão foi na mesma proporção do primeiro dia: à volta de 70 por cento dos docentes locais. Nelson Cardoso classificou esta adesão como sendo muito boa e uma resposta às declarações do ministro Amadeu Cruz, que tentou minimizar a participação dos professores nesta grave.Cardoso confirmou, no entanto, que alguns professores foram às salas de aula.
Nelson Cardoso fez questão de realçar que esta jornada de luta sindical culminou, no final da tarde de sexta-feira, com uma forte manifestação dos docentes`, trajados de preto, pelas ruas do Mindelo, depois de uma concentração na Praça Dom Luís.
Santo Antão:Menor adesão no último dia
Por outro lado, em Porto Novo, conforme descreveu o Secretário-executivo Regional do SINDEP, João Miguel, o número de participantes foi inferior ao do primeiro dia - baixou de cerca 50% para em torno de 30%. Por isso, considerou que a aderência foi fraca.Acrescentou que alguns docentes não aderiram à greve mas optaram por ficar nas suas casas.
João Miguel referiu que a escola que teve mais adesão(50%) foi a de Ex.Ciclo Polo nº 2.Segundo ele, houve aulas na maioria das escolas locais.
De salientar que a greve geral de 48 horas iniciou no dia 19, depois de mais um encontro mal sucedido, em que os Sindicatos e o Ministério da Educação não entraram em acordo novamente, na última reunião, realizada na terça-feira, 17.
Os professores reivindicam sobretudo o desenvolvimento da carreira da classe, bem como o pagamento imediato dos subsídios pela não redução da carga horária, o direito a um Estatuto digno de uma Classe Especial e a revisão do Plano de Carreiras, Formação e Remuneração, que foi vetado pelo Presidente da República.
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