A Empresa de Distribuição de Eletricidade de Cabo Verde (EDEC) realizou 8.890 inspeções no primeiro semestre de 2024, dos quais detetou 2.903 fraudes de roubo de energia, avançou nesta terça-feira fonte oficial.

Segundo o administrador executivo da empresa, Antão da Cruz, foram realizadas "8.890 inspeções em Santiago Sul [que inclui a capital, Praia], dos quais foram detetadas 2.903 fraudes de roubo de energia no primeiro semestre de 2024".

Os dados foram avançados na Praia, numa conferência de imprensa, depois de duas pessoas terem morrido eletrocutadas no domingo ao tentar furtar energia numa ligação clandestina em zonas diferentes da cidade da Praia.

O responsável considerou que o "número é elevado" e alertou a população sobre o perigo que o roubo de energia causa.

"Há zonas com rede [de energia] construída, pessoas com possibilidade de fazer ligações e continuamos a ter cabos soltos colocando em risco a vida das pessoas que convivem no espaço. Acho que chegou o momento de nos conscientizarmos de que o perigo neste período de chuva agrava-se bastante", apelou.

Em janeiro, o presidente da então Electra, Luís Teixeira, avançou que, de 2017 até 2022, foram entregues 3.840 processos criminais e que destes, 1.061 foram julgados, ficando 2.779 pendentes (72%).

As ligações clandestinas de eletricidade, feitas geralmente de forma defeituosa, têm causado várias mortes por eletrocussão ao longo dos anos em Cabo Verde, em alguns casos vitimando crianças.

Segundo a empresa, só em 2022 seis pessoas morreram por choque elétrico e foram registadas várias ocorrências com ferimentos graves.

A ADEC é a nova empresa de Distribuição de Eletricidade de Cabo Verde, uma das três que resultou na extinção das filiais Norte e Sul da então Electra e da sua cisão.

As outras são a Empresa de Produção de Eletricidade de Cabo Verde (EPEC SA) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico de Cabo Verde (ONSEC SA).

A Semana com Lusa