Numa sessão de homengem que decorreu, esta quinta-feira, no salão do munícipe na Câmara Muncipal da Praia em que também participou o comandante Pedro Pires, o Chefe de Estado de Cabo Verde destacou o grande livro sobre a criminalidade no país por lançar, que, segundo ele, só uma personaliodade competente e de coragem como Lívio Fernandes Lopes-antigo deputado e ministro da Administração Interna - pode escrever.
JMN referiu que, no parlamento, Lopes destacou-se como um deputado muito sério, muito curioso e muito comprometido com o reforço da instituição parlamento enquanto casa da democracia. «Lívio Lopes era muito preocupado com os debates parlamentares: preparava-se muito bem e discutia as grandes questões da ilha do Fogo e de Cabo Verde com base em ideias. A preocupação dele era elevação e não pessoalizacão dos debates. Defendia um debate baseado em argumentos para que o parlamento tivesse uma imagem pública de acordo com a ambicão que o país tinha de consolidar a democracia, defender as liberdades e o pais».
Consternado entre os presentes no ato fúnebre de Lívio Lopes, José Maria Neves precisou que foi em Portugal, onde Livio Lopes o procurou para informar que tinha dois livros a publicar, com destque para um sobre a grande criminalidade em Cabo Verde. Segundo ele, é um livro de grande fôlego, que revela sobretudo uma grande coragem do seu autor.« Lívio Lopes tem uma obra de fundo sobre a criminalidade em Cabo Verde. Trata-se de um livro que só um homem de seriedade, coragem e determinação como ele consegueria escrever», pois, não sendo travado esse fenómeno, corre-se o risco de se caminhar para o «fim da Republica».
Mas Livio deixou também um segundo livro concluido para a publicação sobre a cultura e a sua ilha natal-Fogo – faleceu numa altura em que se encontrava empenhado em ultimar o seu prefácio para depois o editar. « Aqui também faz uma investigacão aprofundada sobre a sua ilha natal e sobre Cabo Verde. Acho que vai ser também um contributo inovador para entendermos as questõeses culturais do país, particularmente da ilha do Fogo», realçou o PR.
Depois de deixar o governo, Livio Lopes passou a desempenhar as funções de deputado. Através do livro «O parlamento caboverdiano, o fundamento de uma reforma» publicado em 2014, deu um grande contrbuto para a reforma da Assembleia Nacional. « Este livro de Livio Lopes é uma obra de fundo que nos dá orientações sobre o funcionamento do parlamento cabo-verdiano, mas sobretudo tendo em linha de conta os caminhos que nos podem levar à consolidaçãoo de um parlamento de trablho, de um parlamento onde as principais decisõeses políticas do país são tomadas, onde há espaços para a afirmação das divergências e para busca das convergências necessárias para o desenvolvimento de Cabo Verde», analisou José Maria Neves.
Deputado empenhado e autor da primeira estrategia para segurança interna
Ainda durante a cerimónia de homenagem, o PR fez questão de realçar que foi no quadro da preparação da lista para legislativas de 2001 no Fogo que lhe foi apresentado Lívio Lopes como « um quadro muito capaz, muito compremetido com a sua ilha natal, com uma grande curiosidade sobre as questões da política, da cultura e das causas justas do país» . Disse que foi nesse âmbito que convidou Lopes para integrar a lista dos deputados do PAICV e aceitou.
JMN referiu que, no parlamento, Lopes destacou-se como um deputado muito sério, muito curioso e muito comprometido com o reforço da instituição parlamento enquanto casa da democracia. «Lívio Lopes era muito preocupado com os debates parlamentares: preparava-se muito bem e discutia as grandes questões da ilha do Fogo e de Cabo Verde com base em ideias. A preocupação dele era elevação e não pessoalizacão dos debates. Defendia um debate baseado em argumentos para que o parlamento tivesse uma imagem pública de acordo com a ambicão que o país tinha de consolidar a democracia, defender as liberdades e o pais».
Jose Maria Neves descreveu que mais tarde convidou Lopes para integrar o governo como ministro da Administração Interna, em que, mais de perto, pôde apreciar a competência, a seriedade, o empenho e o patriotismo dele.
«Desempenhou um papel importante na consolidacao da Polícia Nacional (PN), sobretudo na definição da estratégia para a segurança interna de Cabo Verde. Foi o primeiro documento de base elaborado nesse domínio na década de 2000 após a criação da PN e que deu um grande contributo para consolidar o sector da administração interna em Cabo Verde».
A nivel do governo, o Presidente da República destacou ainda « o enorme contributo de Lívio Lopes na esruturação e consolidação do sistema da Proteção Civil em Cabo Verde».´
Legado importante e lacuna de difícil de preencher
Um outro interveniente da cerimónia fúnebre de Lívio Lopes foi o lider do PAICV, que destacou a qualidade do falecido como militante dirigente que exerceu funções relevantes – foi membro do Conselho Nacional e Presidente do Conselho Nacional da Jurisdição e Fiscalização.
Mas Rui Semedo focou sobretudo na pessoa de Lívio Lopes, que, segundo ele, era um homem extrordininaamente bom, de fino trato, de fácil relação, atento e sensivel aos problemas das pessoas com as quais convivia. «Era um fazedor nato de amizade. Por isso mesmo deixou uma lista vasta de amizade que constriuiu por todo o sítio e serviço por onde passou», realçou.
Relevou que Lopes fez várias investigações no domínio da cultura, com destaque a para a ilha do Fogo, a mãe de toda a sua inspiração e deixou trabalhos publicados em vários jornais e plataformas digitais. «Os seus poemas, ligados a uma vivência intensa de uma cumplicidade saudável com as suas raizes, deram origem a belas músicas interpetadas por alguns destacados músicos da sua ilha de predilecção, cunhado assim o seu nome na galeria dos compositores nacionais».
´
«Perdemos um homem multifacetado, que deixou um enorme lacuna díficil de se preencher, ficando a lembrança da sua amizade, do seu trbalho, da sua fecunda produção, das suas obras de cunho político, académico e sociocultural».
Para o PAICV e suas estruturas, a partida de Lívio Lopes representa uma grande perda e deixa um grande vazio. «Despedimo-nos assim de um homem que justificou plenamente a sua fugaz passagem por esta vida terrena e esperamos que seja eternamente lembrado pelos seus feitos», enfatizou Rui Semedo.
A afinar pela mesma diapasão, esteve a Presidente da Assembleia Municipal da Praia, para quem, a 26 de julho Cabo Verde viu partir mais um dos seus ilustres filhos e destacado cidadão patriótica. «Município da Praia junta-se à família enlutada para apresentar as suas mais sentidas condulências a toda famíla e todos os que conviveram com o malogrado», disse Clara Marques.
Em nome de familiares, Amaro Barbosa, sobrinho tido como quase um filho de Livio Lopes, agradeceu a solidariedade dos presentes, enaltecendo, entre outros aspectos, «a sua gratidão pelo o homem e pai que ele foi», prometendo preservar o legado que o mesmo deixou a todos – familiares,amigos e Cabo Verde.
Justa homenagem
Na percepção de muitos presentes, Lívio Lopes teve uma cerimónia fúnebre e de homenagem dígnas. Além do comandante Pedro Pires, o ato que decorreu nos Paços do Concelho da Praia contou com a presença de deputados de todos os partidos, vários membros do governo, diversos homens da cultura, amigos e familiares.
Depois de permancer em câmara ardente a partir das 12 horas de quinta-feira até por volta das 17 horas do mesmo dia, o corpo passou pela Igreja local e desta seguiu rumo ao cemitério da Várzea. O momento mais triste foi quando o corpo foi dado à terra, entre lágrimas e som da célebre composição Braga Maria (bandeira) da autoria do falecido, magistralmente interpretada pela vasta banda musical presente, organizada por Aldino Cardoso. Morreu o homem mas fica a sua obra para sempre. Adeus, Lívio Lopes!
Terms & Conditions
Report
My comments