As buscas do Ministério Público à Câmara da Praia, capital de Cabo Verde, no âmbito de investigações à atual e anterior gestão, duraram dois dias e incluíram duas empresas privadas, avançou hoje a Procuradoria-Geral da República.
Em comunicado, a PGR adiantou que se realizaram “buscas e apreensões não domiciliárias” na quinta e na sexta-feira na Câmara Municipal da Praia e “em duas empresas privadas”, levando à apreensão de “documentos e equipamentos informáticos” que vão ser usados como prova.
Uma das empresas em causa é a Construções Barreto, de acordo com despachos do Ministério Público a que a Lusa teve acesso na quinta-feira, sendo que a PGR não esclareceu qual é a segunda.
Em causa, segundo o mesmo comunicado, estão “duas investigações autónomas” resultantes de dois autos de instrução referentes a um relatório de auditoria da Inspeção Geral das Finanças e, noutro caso, no seguimento de uma denúncia pública efetuada por um inspetor das finanças.
O primeiro auto abarca factos ocorridos na gestão da Câmara da Praia de 2016 a 2019, em que o presidente era Óscar Santos, do Movimento para a Democracia (MpD, no poder governamental), atual governador do Banco de Cabo Verde (BCV).
Já o segundo auto refere-se a factos ocorridos na gestão camarária de 2020 a 2024, tendo como atual presidente Francisco Carvalho, do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, na oposição governamental).
Na sexta-feira, Óscar Santos disse que ainda não tinha recebido nenhuma notificação, mas garantiu estar “tranquilo e disponível” para colaborar com a investigação a obras do seu mandato autárquico.
O atual presidente da Câmara da Praia disse também estar "sereno e tranquilo" face às diligências, garantindo que não há "nem cinco tostões" que tenha tirado dos cofres da autarquia.
O PAICV já anunciou a recandidatura de Francisco Carvalho nas eleições autárquicas a realizar ainda este ano, em data a agendar.
A Semana com Lusa
Terms & Conditions
Subscribe
Report
My comments