O secretário-geral do Movimento para a Democracia (MpD, poder) anunciou nesta sexta-feira ter colocado o seu cargo à disposição do presidente do partido, defendendo a necessidade de renovação após a derrota nas eleições autárquicas.
"No período em que desempenhei este cargo, durante dois anos e quatro meses, procurei dar o meu melhor, num processo que se revelou de grande aprendizado e crescimento, tanto pessoal quanto profissional. Hoje, considero que um ciclo se encerra, levando comigo a gratidão pelas experiências vividas e pelas pessoas extraordinárias com quem colaborei", afirmou.
"Depois de um processo profundo de reflexão, decidi colocar o cargo de secretário-geral do MpD à disposição do Presidente", anunciou Luís Carlos Silva na sua página oficial do Facebook.
A decisão, conforme explicou, foi tomada "com a firme convicção de que é essencial permitir ao partido a liberdade de escolher uma nova liderança para o secretariado-geral".
Silva defendeu que o momento atual exige "uma nova energia, uma nova visão e elementos que, eventualmente, não consegui trazer para esta função".
"No período em que desempenhei este cargo, durante dois anos e quatro meses, procurei dar o meu melhor, num processo que se revelou de grande aprendizado e crescimento, tanto pessoal quanto profissional. Hoje, considero que um ciclo se encerra, levando comigo a gratidão pelas experiências vividas e pelas pessoas extraordinárias com quem colaborei", afirmou.
Com a sua saída, Luís Carlos Silva comprometeu-se a concentrar esforços no parlamento, com especial atenção aos temas de economia, finanças e à cidade da Praia, a qual afirmou ser "uma paixão de longa data".
"Juntos, criámos momentos marcantes e trabalhámos sempre com o interesse do MpD e de Cabo Verde no coração. Continuarei a servir o partido e o país com a mesma dedicação, agora com novos desafios pela frente", garantiu.
Luís Carlos Silva já havia assumido publicamente a derrota do partido nas eleições autárquicas de 01 de dezembro, referindo-se aos "resultados claros" como uma inversão significativa no panorama político.
O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) conquistou 15 dos 22 municípios, relegando o MpD a apenas sete câmaras, uma inversão do quadro autárquico de 2020, em que o MpD controlava 14 municípios.
A perda da capital, Praia, foi particularmente simbólica, com Francisco Carvalho (PAICV) a ampliar a vantagem para cerca de 10.000 votos sobre Abraão Vicente, candidato do MpD.
Após as eleições, Luís Carlos Silva apelou à "humildade e maturidade política" para interpretar a mensagem do eleitorado e reconheceu que o partido ainda tem dois anos de mandato legislativo para trabalhar no reforço da sua posição.
O presidente do MpD e primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, também admitiu os "maus resultados" obtidos nas urnas.
Na sequência do revés eleitoral, a comissão política nacional do MpD agendou para 11 de janeiro de 2025 uma reunião da direção nacional, com vista à análise do futuro do partido.
Cabo Verde prepara-se para as próximas eleições presidenciais e legislativas, previstas para 2026.
A Semana com Lusa
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