sábado, 08 fevereiro 2025

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Portugal: Agente da PSP contradiz-se sobre faca e Ministério Público investiga alegada falsificação de auto

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O agente da PSP acusado de homicídio de Odair Moniz, na Cova da Moura, admitiu à Polícia Judiciária que não foi ameaçado com uma faca, apesar de o ter mencionado no auto de notícia enviado ao Ministério Público.

 

A contradição está documentada nos registos do processo, consultados pela agência Lusa, clarificando que no auto elaborado às 14:55 do dia 21 de Outubro de 2023, o agente descreveu que o cabo-verdiano Odair Moniz teria tentado retirar um objecto da cintura, que parecia ser uma arma branca.

No entanto, no primeiro interrogatório na Polícia Judiciária à (PJ), o agente, que já foi constituído arguido no caso da morte de Odair Moniz, disse apenas ter visto um objecto semelhante a uma lâmina, sem confirmação de que fosse uma faca.

A acusação do Ministério Público, baseada na autópsia, contradiz também a versão do agente sobre a sequência dos disparos, sustentando que o primeiro tiro foi letal.

De acordo com a agência Lusa, nos interrogatórios, apareceram várias versões divergentes apresentadas por outros agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) chamados ao local, sendo que um relatório da PJ indica que alguns polícias disseram ter visto uma faca junto ao corpo de Odair Moniz, enquanto outros afirmaram não ter avistado qualquer arma branca.

Também os elementos da investigação criminal da PSP relataram versões diferentes, com um a dizer ter visto a faca apenas quando o corpo foi removido, enquanto outro afirmou nunca a ter visto.

As imagens de videovigilância analisadas pela PJ contradizem ainda o auto da PSP, ao indicar que o agente e Odair Moniz estavam a uma distância entre 20 e 50 centímetros no momento do disparo, e não em cima um do outro, como referia o documento.

O Ministério Público determinou a extração de certidão para investigar uma possível falsificação do auto de notícia elaborado no âmbito da morte de Odair Moniz.

O diretor nacional da PSP, Luís Carrilho, garantiu que serão prestados todos os esclarecimentos necessários e assegurou que "o sistema estratégico de informação regista tudo".

Entretanto, o agente envolvido continua de baixa e foi transferido da esquadra onde trabalhava.

O polícia que baleou Odair Moniz começou a frequentar o curso de formação de agentes em Dezembro de 2021 e terminou em Setembro de 2022, conforme o processo que a agência Lusa consultou, e nunca fez qualquer formação relacionada com armas de fogo, além da que frequentou no curso de agentes, em 2022.

O caso continua sob investigação do Ministério Público, da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) e em processos disciplinares internos da PSP.

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos, foi baleado no bairro da Cova da Moura, concelho da Amadora e morador no Bairro do Zambujal, no mesmo município, morreu no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, pouco tempo depois de ter sido baleado.

Na semana seguinte à morte de Odair registaram-se tumultos no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados.

 

A Semana com Inforpress

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Colunistas

Opiniões e Feedback

Elisa Bettencourt
8 days 10 hours

uma jovem que não tinha necessidade de frete politico, mas pronto é essa a geração que só sabe andar de boleia de camelo

Lucas Rincon
10 days 6 hours

Há muito tempo que os técnicos recomendaram "vestir" esses troços perigosos com redes metálicas.

Dje d Soncent
22 days 2 hours

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