A conservação de tubarões em Cabo Verde encontra-se sobre uma maior magnitude e diversidade de ameaças, com 66% das espécies em perigo iminente de extinção. Dados revelados por um estudo publicado esta semana que indicou ainda, a pesca, alterações climáticas e degradação de habitats como as principais ameaças.
Os investigadores, cabo-verdianos e portugueses, chamaram a atenção para a pouca proteção que o atual quadro jurídico e governança oceânica oferecem aos tubarões no arquipélago, conforme nota remetida ao Asemanaonline.
Por exemplo,referiu, em termos de áreas marinhas protegidas, Cabo Verde tem menos de 1% da sua Zona Económica Exclusiva protegida e deixando de fora zonas críticas para conservação de tubarões.
“Um achado interessante deste trabalho é que a comparação das espécies de tubarões entre os arquipélagos estudados aponta para a exclusão de Cabo Verde da região biogeográfica da Macaronésia. Um outro achado científico curioso é que não se encontra nenhuma espécie ovípara (espécies que reproduzem por meio de ovos) em Cabo Verde, enquanto 6 são encontradas nos outros arquipélagos”, acrescentou biólogo caboverdiano, Jaquelino Varela, primeiro autor do estudo e aluno de doutoramento do MARE-FCUL.
O estudo, segundo a mesma fonte, ressaltou também que 78 espécies de tubarões ocorrem na Macaronésia e Cabo Verde e que dentro desta região as Canárias apresentam a maior riqueza específica (56 espécies), seguido de Cabo Verde (53 espécies), Madeira (52 espécies) e Açores (45 espécies).
Conforme a fonte deste jornal, o estudo foi desenvolvido por investigadores cabo-verdianos e portugueses (Universidade de Lisboa, MARE/ARNET, Associação Sphyrna, Inspeção Geral das Pescas, Associação Biosfera, Universidade Técnica do Atlântico e Universidade do Porto) no âmbito do projeto de investigação NGANDU, liderado pelo investigador Rui Rosa, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pela Rede Aga Khan para o Desenvolvimento. O trabalho encontra-se publicado na revista científica internacional Frontiers in Marine Science, podendo ser consultado na íntegra aqui: https://doi.org/10.3389/fmars.2025.1490317
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