O ex-Presidente dos EUA Donald Trump e 16 outros réus vão ser julgados separadamente de dois réus que irão a tribunal no próximo mês no caso em que são acusados de tentarem anular os resultados eleitorais das presidenciais de 2020.
Um juiz do estado da Georgia, Scott McAfee, aceitou que Trump e outros 16 réus fossem julgados separadamente dos advogados Sidney Powell e Kenneth Chesebro, que tinham pedido um julgamento rápido e por isso terão o início das suas audições marcado para o próximo dia 23 de outubro.
A maioria dos 19 réus envolvidos neste caso procurou separar os seus casos de alguns ou de todos os outros, com muitos a alegar que não estarão prontos para a sua defesa até 23 de outubro, quando foi marcado o julgamento de dois réus que já apresentaram pedidos de julgamento rápido.
Na terça-feira, Trump tinha abdicado do direito de pedir um julgamento rápido, em linha com os esforços que o recandidato às eleições primárias pelo Partido Republicano tem feito nos seus outros casos, procurando atrasar os procedimentos, para melhor preparar um regresso à Casa Branca nas eleições de 2024.
Contudo, McAfee alegou a existência de um cronograma apertado, entre outras questões, como um fator na sua decisão de separar Trump e outros 16 réus de Powell e Chesebro.
"A capacidade precária do Tribunal de salvaguardar os direitos ao devido processo de cada réu e garantir a preparação pré-julgamento adequada no atual processo acelerado pesou fortemente, se não decisivamente, nesta decisão", explicou o juiz.
Esta decisão será uma notícia bem-vinda para outros arguidos que procuram evitar ser vinculados pelos procuradores a Powell, que talvez mais do que qualquer outra figura próxima de Trump defendeu as teorias da conspiração infundadas difundidas pelo ex-Presidente, que continua a alegar que lhe foi roubada a vitória presidencial em 2020.
Outro réu no caso da Geórgia, o ex-presidente da Câmara de Nova Iorque e advogado de Trump, Rudy Giuliani, também procura distanciar-se de Powell.
Além disso, o advogado Eric Herschmann, alinhado com Trump e que em 2020 tentou resistir aos esforços para anular o resultado eleitoral, disse a um comité do Congresso que investigava o motim no Capitólio dos EUA em 06 de janeiro de 2021, que considerava as ideias de Powell "malucas".
A acusação de quase 100 páginas apresenta dezenas de alegados atos de Trump ou dos seus colaboradores e aliados para anular a sua derrota em 2020 naquele Estado do sul dos EUA, incluindo a sugestão de que o secretário de Estado da Geórgia, um Republicano, poderia ajudar a encontrar votos suficientes para Trump vencer aquela eleição. A Semana com Lusa/Foto © Getty Images
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