Duas pessoas morreram eletrocutadas no domingo em Cabo Verde, em zonas diferentes da cidade da Praia, uma delas ao tentar furtar energia numa ligação clandestina, revelou hoje a Empresa de Distribuição de Eletricidade do país (EDEC).
"São momentos de consternação com duas perdas, e que nos levam a apelar fortemente à população que não entrem pela via de furto e fraude de eletricidade, evitando principalmente incidentes que ceifam vidas humanas", lamentou a empresa, apelando igualmente à denúncia de qualquer prática de roubo de energia.
A EDEC avançou, em comunicado, que o primeiro caso aconteceu na tarde de domingo, vitimando um homem numa residência com ligação clandestina no bairro de Bela Vista, sem contrato e sem contador de eletricidade.
Algumas horas depois, uma mulher também morreu eletrocutada no bairro de Achada Santo António, numa tentativa de roubo de energia elétrica.
No comunicado, a EDEC lamentou as mortes e apelou às pessoas a terem energia legalizada e a estarem atentas aos perigos da prática do furto de luz, sobretudo na época das chuvas, como acontece estes dias.
"São momentos de consternação com duas perdas, e que nos levam a apelar fortemente à população que não entrem pela via de furto e fraude de eletricidade, evitando principalmente incidentes que ceifam vidas humanas", lamentou a empresa, apelando igualmente à denúncia de qualquer prática de roubo de energia.
A ADEC é a nova empresa de Distribuição de Eletricidade de Cabo Verde, uma das três que resultou na extinção das filiais Norte e Sul da então Electra e da sua cisão.
As outras são a Empresa de Produção de Eletricidade de Cabo Verde (EPEC SA) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico de Cabo Verde (ONSEC SA).
Em janeiro, o presidente da então Electra, Luís Teixeira, que assumiu a ADEC, alertou que o furto e fraude de energia está a pôr em causa a sustentabilidade do setor.
"Estamos a falar de cerca de 112 gigawatts-hora de energia que perdemos todos os anos. Estamos a falar de 25% de perdas a nível nacional", adiantou na altura.
Nos casos de furtos de energia, o líder empresarial lamentou atrasos da justiça, avançando que de 2017 até 2022, foram entregues 3.840 processos criminais e que destes, 1.061 foram julgados, ficando 2.779 pendentes (72%).
As ligações clandestinas de eletricidade, feitas geralmente de forma defeituosa, têm causado várias mortes por eletrocussão ao longo dos anos em Cabo Verde, em alguns casos vitimando crianças.
Segundo a empresa, só em 2022, seis pessoas morreram por choque elétrico e foram registadas várias ocorrências com ferimentos graves.
A Semana com Lusa
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