Os sindicatos nacionais dos médicos e enfermeiros consideraram que a greve dos profissionais de Saúde, iniciada hoje, regista uma adesão acima dos 90%.
Concentrados em frente ao Hospital Universitário Agostinho Neto, os manifestantes percorreram as principais ruas do Plateau em direcção ao Palácio do Governo, gritaram e ergueram cartazes com frases como “Fora ministra da Saúde”, “abaixo o Governo”, “profissionais desmotivados e utentes prejudicados”, “por uma carreira digna e justa” e “respeito a luta anti-vectorial”.
"A adesão é de 90 a 95% a nível nacional", anunciou a presidente do Sindicato Nacional dos Médicos, Eunice Almeida, referindo a greve de três dias que arrancou às 08:00 de hoje, e termina às 08:00, no próximo sábado, 03 de Agosto.
Está em causa, segundo disse, o não cumprimento do acordo assinado em Novembro de 2023 entre o Governo e os sindicatos dos médicos e enfermeiros no qual se previa a resolução das reivindicações até 01 de Julho de 2024.
Entretanto, adiantou, neste momento os profissionais de Saúde estão “frustrados”, “desmotivados” e "injustiçados " e saíram à rua para reivindicar os seus direitos, mas também por uma saúde nacional digna e por um serviço de qualidade.
A sindicalista disse ainda que, até ao momento, o Hospital Universitário Agostinho Neto e o Hospital regional Ramiro Figueira não foram contemplados com a requisição civil que exige os serviços mínimos.
Entre as reivindicações consta a regulamentação do plano de carreiras, de técnicos, médicos e enfermeiros, nomeação de técnicos de análise clínicas, reajuste salarial de profissionais de Saúde, sobretudo das estruturas hospitalares, reclassificação de médicos especialistas, sobrecarga horária e falta de médicos.
Consta ainda do caderno reivindicativo a aprovação e implementação dos respectivos PCFR (Plano de Carreiras, Funções e Remunerações) do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), com efeito retroactivo a Janeiro de 2024, enquadramento das carreiras nos grupos de enquadramento funcional e o recrutamento de médicos recém-formados em regime de continuidade de formação para os integrar em serviços específicos.
Por seu turno, o presidente do Sindicato Nacional Democrático dos Enfermeiros de Cabo Verde (Sindef), José Elídio Sanches avançou que com o novo quadro proposto pelo Governo, os enfermeiros continuam “prejudicados” uma vez que com o novo enquadramento deixam de pertencer ao quadro especial.
Na ocasião, o sindicalista acusou ainda as chefias dos hospitais de tentarem intimidar os enfermeiros a não aderirem à greve.
"A greve é geral a nível nacional, mas o nosso objectivo não é prejudicar os doentes nem os hospitais”, precisou o sindicalista que se mostrou optimista quanto à adesão.
A Semana com Inforpress
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