A TAOLA+ lamentou, quinta-feira, o “repúdio do ministro do Mar” perante a classe de investigadores científicos, “desacreditando um trabalho que envolveu pesquisadores nacionais e estrangeiros” e que culminou na publicação de um artigo numa revista de prestígio internacional.
Lembrou, a este propósito, que a ciência não é uma questão de crença pessoal ou de opinião, mas que se faz com base em evidências sólidas, em anos de estudo e de investigação rigorosa.
“Compreendemos que as questões políticas e sociais, por vezes, nos desafiam a tomar decisões difíceis e que diferentes pontos de vista surgem em debates cruciais para o futuro da nossa sociedade”, realçou.
Em comunicado na sequência das declarações do ministro do Mar, Jorge Santos, na terça-feira, 11, que negou “a existência de espécies ou tubarões em risco de extinção nas águas de Cabo Verde ou no Atlântico", a Rede de Conservação Ambiental de Cabo Verde - TAOLA+ chamou a atenção para o papel da ciência.
Lembrou, a este propósito, que a ciência não é uma questão de crença pessoal ou de opinião, mas que se faz com base em evidências sólidas, em anos de estudo e de investigação rigorosa.
“O método científico, que sustenta o progresso da humanidade, proporcionou avanços extraordinários, como a descoberta de vacinas que salvaram milhões de vidas, o desenvolvimento de tecnologias que transformaram a forma como nos comunicamos e trabalhamos, em soluções inovadoras que melhoram a qualidade de vida em todo o mundo”, afirmou TAOLA+.
Lembrou ainda que negar os feitos da ciência é ignorar uma história de sucesso que tem contribuído de forma inequívoca para a melhoria das condições de vida da humanidade.
Conforme TAOLA+, ao solicitar provas, uma exigência que no mundo científico se traduz na publicação de artigos resultantes de pesquisas o ministro se posicionou contra a ciência, rejeitando um conjunto de ideias e comprometendo uma ferramenta vital que pode transformar a sociedade.
Neste âmbito, considera que a posição do membro do Executivo, não apenas compromete a credibilidade de todos os que atuam dentro dos padrões científicos no país, mas também afecta a reputação internacional.
“Outro ponto muito preocupante no discurso do ministro do Mar é afirmar que nenhuma espécie de tubarão está em risco de extinção nas águas nacionais ou no Atlântico”, aponta TAOLA+, para quem esta declaração ignora completamente a Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), o Convénio sobre Espécies Migratórias (CMS), o Convénio sobre Comércio Internacional de Espécies (CITES), entre outros.
Diante destes desconhecimentos, a TAOLA+ afirma que ignorar as leis ambientais do país e os compromissos assumidos em convenções internacionais não é apenas um “erro ético”, mas um grande risco para o futuro colectivo.
A postura de negligenciar as leis ambientais e os acordos internacionais, para a TAOLA+, não é apenas um risco para a natureza, mas também para a prosperidade e estabilidade social e económica do nosso país.
Desta forma, a TAOLA+ pede ao ministro do Mar que reconsidere a sua posição para que trabalhe junto com os profissionais da área e crie soluções eficazes que respeitem o meio ambiente e honrem as responsabilidades assumidas por Cabo Verde a nível global.
A Semana com Inforpress
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