Autoridades cabo-verdianas e familiares identificaram, após exumação, num cemitério da Praia, o corpo desaparecido de um bebé que morreu há duas semanas no principal hospital do país, disse hoje o pai em declarações à Lusa.
O corpo do bebé tinha sido enterrado, sem conhecimento dos pais, juntamente com tecidos humanos descartados em intervenções hospitalares, como amputações, mas estava quase intacto e "ainda tinha uma fita na mão, que foi colocada no hospital, com o seu nome completo", referiu Danielson Vaz.
Há uma semana, mãe e outros familiares do bebé que morreu no Hospital Agostinho Neto (HAN), na capital de Cabo Verde, Praia, apresentaram queixa às autoridades, pelo desaparecimento do corpo.
Já nesta quinta-feira, após averiguações e cumprindo uma ordem judicial, foi feita a exumação do corpo no cemitério de Achada de São Filipe.
Polícia Judiciária, juízes e uma das médicas do hospital central, entre outras pessoas, identificaram o corpo do bebé, voltando a enterrá-lo novamente naquele cemitério.
"Não foi como queríamos, mas, pronto, não tivemos outra forma", lamentou o pai.
O pai pediu justiça, que será “punir o responsável, como deve ser".
O bebé era um de dois gémeos prematuros que Maria Semedo, 39 anos, deu à luz no HAN, no dia 15 de julho.
Um dos bebés, uma menina, faleceu no dia após o parto.
No entanto, a mãe permaneceu internada juntamente com o outro bebé, um menino, ao qual foram diagnosticados problemas num pulmão, sendo “colocado numa incubadora".
No entanto, o estado de saúde acabaria por se complicar e o bebé veio a falecer no dia 24 de setembro.
A ministra da Saúde de Cabo Verde, Filomena Gonçalves, já disse aos jornalistas que a unidade está a averiguar o caso para determinar responsabilidades.
O Presidente da República, José Maria Neves, afirmou também que as diligências deviam ser mais amplas.
"Precisamos, definitivamente, de ser consequentes e de fazer uma avaliação, uma auditoria geral a todo o Sistema Nacional de Saúde, ao seu desempenho, à forma como os serviços estão organizados, à qualidade dos serviços que são prestados e tomar medidas pertinentes", defendeu.
A Semana com Lusa
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