A activista cultura luso-cabo-verdiana residente nos Países-Baixos Any Delgado criou o projecto “Mornas com Stória” para contar a história de um compositor cabo-verdiano, que usa a música para enquadrar a vivência do mesmo.
Em declarações à Inforpress, a promotora contou que convida as pessoas a viajarem pelas sonoridades, a partir de um tema que inspirou um compositor ou sobre a sua própria vida, explicando que o projecto começou a dar os seus primeiros passos quando a morna era candidata ao Património Imaterial da Humanidade, através da página nas redes sociais “Orgulho Nacional”, tendo depois passado para num formato de ‘Storytelling’.
“Hoje faço esse tipo de conversas musicadas, em que vou explicando através da morna, fazendo o enquadramento da história de Cabo Verde (…). O engraçado é que quando se fala da morna, nós temos sempre aquela sensação de música calma, aquela letra romântica, mas não é bem assim. Temos mornas muito curiosas”, assegurou.
É com esse objetivo que Any Delgado trouxe no sábado, 28, ao Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV), em Lisboa, mais uma edição do “Mornas com Stória”, desta vez um tributo ao poeta e compositor cabo-verdiano Manel d’Novas, homenageando-o no dia que completou 15 anos sobre o seu desaparecimento físico.
A sessão cultural “Mornas com Stória - Tributo a Manel d’Novas” teve como participantes, Paló (voz e violão), Djudjuty Alves (cavaquinho), Ana Firmino (participação especial) e a própria Any Delgado (storytelling).
“Nós, na morna, encontramos de tudo, como nas composições de Manel d’Novas, como ‘Biografia de um crioulo’, mas também histórias de saudade, a migração, a mulher forte, guerreira ou como figura romântica. Temos o amor de mãe, temos o amor à pátria, temos de tudo um pouco, como a independência”, apontou.
Segundo Any Delgado, Manel d’Novas tinha a capacidade de “musicalizar, muitas vezes de forma satírica”, através das coladeiras, as vivências são-vicentinas e factos ou fenómenos sociais do quotidiano mindelense.
Manuel de Jesus Lopes, ou simplesmente, Manel d’Novas, é natural de Ribeira Grande, Santo Antão, em 24 de Dezembro de 1938, e faleceu em 28 de Setembro de 2009, no Mindelo, São Vicente.
A Semana com Inforpress
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