O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita afirmou hoje que Israel deve satisfazer o "desejo de morte" de alguns dirigentes do Hamas, depois do grupo ter encorajado o retomar dos ataques suicidas em resposta a incursões na Cisjordânia.
“Israel deve garantir que o desejo de morte de (Jaled) Meshal e dos seus amigos no topo da organização terrorista seja realizado em breve”, disse hoje Israel Katz na rede social X.
Há dois dias, numa mensagem gravada em Istambul, o membro do Hamas e antigo líder político Khaled Meshal sugeriu a realização, novamente, de ataques suicidas contra Israel como “um início bem sucedido” da resistência e apontou “um confronto aberto” como a única solução possível, segundo a agência pública turca Anadolu.
“Eles [Israel] lutam contra nós abertamente. Também os confrontaremos abertamente”, disse o antigo líder político do Hamas de 1996 a 2017.
Desde a manhã de quarta-feira que Israel tem realizado ataques militares no norte da Cisjordânia ocupada que já causaram a morte a pelo menos 18 palestinianos em Jenin, Tulkarem e Tubas e levaram à detenção de mais de 20 pessoas, segundo o Ministério da Saúde palestiniano .
A presença israelita continua tanto em Tulkarem – onde se registaram seis mortes desde quinta-feira, a maioria das quais milicianos – como em Jenin, onde já morreram oito palestinianos e Israel atacou um veículo em Zababdeh na noite passada com um drone, causando vítimas mortais.
O exército israelita confirmou hoje que bombardeou uma “célula terrorista que confrontou as suas forças de segurança” com um ‘drone’ em Jenin, segundo um comunicado, mas ainda não adiantou mais pormenores.
O Crescente Vermelho Palestiniano informou que as forças israelitas impediram as ambulâncias de chegar ao local do ataque, pelo que o número de vítimas, cujos corpos poderiam ter sido levados pelas forças israelitas, é desconhecido.
A ação israelita na Cisjordânia ameaça alastrar o atual conflito na Faixa de Gaza, onde Israel combate há mais de 10 meses o grupo Hamas, provocando mais de 40 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais controladas pelos islamitas palestinianos, além de uma catástrofe humanitária.
A ofensiva israelita surgiu em retaliação a um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro, deixando cerca de 1.200 mortos e levando mais de 200 reféns.
A Semana com Lusa
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