O Presidente da República procedeu hoje à entrega, no Mindelo, do espécime do lagarto gigante à colecção da Universidade Técnica do Atlântico (UTA) e chamou atenção para preservação da riqueza natural de Cabo Verde.
O chefe de Estado fez a entrega à universidade do último exemplar do lagarto Chioninia coctei, que foi recolhido em 1902 pelo príncipe Alberto I, de Mónaco, no Ilhéu Branco, e depois devolvido à Cabo Verde, em 2017, como presente ao então Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, pelo neto Alberto II.
Desde então, o lagarto, em conservação, esteve sob a tutela Presidência da República, tendo agora José Maria Neves tomado a iniciativa de o restituir à ciência, enquanto `champion´ da preservação do património natural e cultural de África.
“Tenho de prestar muita atenção à preservação do património natural e cultural destas ilhas, que são riquíssimas e têm algumas espécies que estão em perigo de extinção e é uma chamada de atenção a todas as cabo-verdianas e a todos os cabo-verdianos pela necessidade que nós temos de preservar as espécies”, sublinhou.
Mais ainda, acrescentou, há necessidade de se trabalhar para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e de conhecer toda a “extraordinária riqueza natural e cultural” das ilhas.
O acto é também, segundo a mesma fonte, uma forma de dar visibilidade ao trabalho que os investigadores, universidades e organizações não governamentais na área ambiental estão a realizar.
“Um trabalho que está a ser feito, por um lado para preservar as diferentes espécies marinhas e terrestres, mas também para trabalhar no sentido de mitigar os efeitos das mudanças climáticas aqui nas ilhas, que são “extraordinariamente sensíveis e vulneráveis”, realçou o Presidente da República.
O lagarto gigante, já extinto, passa agora a fazer parte do projecto BioCatalog do Instituto de Engenharia e Ciências do Mar da UTA.
Segundo o biólogo responsável do projecto, Evandro Lopes, revela-se um acto de “extrema importância”, já que o projecto foi iniciado em 2017 através de investigadores que queriam ter o lagarto gigante Choninia como espécime número um da colecção.
“As diligências foram feitas pelos meus colegas e ver o espécime em Cabo Verde foi uma alegria total e tê-lo agora na nossa casa é muito importante”, sublinhou, para quem está é uma prova que as autoridades estão a ver o BioCatalog com outros olhos.
Aliás um projecto, que conforme a mesma fonte, colecciona de espécies com duas vertentes, uma de tecidos e outra de animais e plantas, com o propósito a incentivar os investigadores nacionais e internacionais a deixarem as recolhas feitas em Cabo Verde no País, em vez de em museus espalhados pelo mundo.
“Isso é muito importante para a protecção da nossa biodiversidade, que os deixem para que nós, eles e outros investigadores os possam estudar, o que impede que incidamos mais esforço sobre animais ou plantas no meio ambiente”, considerou Evandro Lopes.
Além do acto de entrega, José Maria Neves visitou ainda o projecto “Memória”, que tem como finalidade promover as memórias dos antigos alunos, professores e outros funcionários do antigo Liceu Gil Eanes que vivenciaram a primeira experiência educacional “bigénera” do “mundo português” - com a reunião de meninas e rapazes numa mesma sala de aula.
Da agenda que cumpriu em São Vicente, o Presidente da República procedeu a mais uma jornada de plantação de árvores, tal como tem feito por todos os municípios do país.
A Semana com Inforpress
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