Numa publicação na rede social X, o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança refere-se à ofensiva ucraniana na região russa de Kursk, em curso há mais de duas semanas, como "um duro golpe para a narrativa do presidente russo, [Vladimir] Putin".
Josep Borrell afirma que "o levantamento das restrições à utilização das capacidades contra os militares russos envolvidos na agressão contra a Ucrânia, em conformidade com o direito internacional, teria vários efeitos importantes".
Entre estes, aponta o reforço da autodefesa ucraniana, "acabando com o santuário da Rússia para os seus ataques e bombardeamentos de cidades e infraestruturas ucranianas", além de sustentar que tal decisão permitiria "salvar vidas e reduzir a destruição na Ucrânia", bem como "ajudar a fazer avançar os esforços de paz".
Vários países ocidentais que apoiam a Ucrânia, nomeadamente Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido, têm recusado que armas de longo alcance sejam utilizadas para ataques em território russo, com receio de uma escalada do conflito entre a Rússia e a NATO.
Esta semana, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a incursão em Kursk não teria sido necessária se os parceiros estrangeiros da Ucrânia tivessem levantado as restrições de uso das suas armas de longo alcance contra a Rússia.
No início de agosto, o Exército ucraniano lançou um ataque terrestre em Kursk através da região ucraniana de Sumi, situada na fronteira.
Após várias semanas de ofensiva, Kiev afirma ter assumido o controlo de quase 100 localidades e mais de 1250 quilómetros quadrados de território russo.
Moscovo, por seu lado, garante que dará uma resposta contundente a esta ofensiva ucraniana, a primeira desde o início da guerra.
O alto representante da diplomacia dos 27 do bloco europeu afirma ainda, na publicação de hoje na rede social X, que "a UE apoia plenamente a luta da Ucrânia contra a agressão russa", uma mensagem que afirma ter transmitido ao ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba.
"Aguardo com expectativa o nosso encontro em Bruxelas e um debate com os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da UE na próxima semana, para avançarmos no nosso apoio à UA [Ucrânia]", refere também.
A Semana com Lusa
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