A diretora nacional de Saúde Cabo Verde garantiu esta terça-feira ter capacidade instalada para fazer testes de despistagem de casos suspeitos da nova variante do vírus mpox, com vários laboratórios de virologias instalados no âmbito da covid-19.
“O país já tem capacidade instalada, com vários laboratórios de virologia, fruto de todo o investimento feito no âmbito da covid-19”, afiançou Ângela Gomes, em declarações à imprensa, na Praia, após uma reunião com as estruturas de saúde para fazer atualização epidemiológica no arquipélago.
A responsável referiu que o diagnóstico é feito através de teste PCR, tal como para a covid-19, enquanto os reagentes e outros consumíveis podem ser diferentes, mas avançou que isso já está a ser tratado com todas as outras instâncias para o seu fornecimento.
“Em 2022, já tínhamos preparado para uma possível entrada, devido ao alerta da OMS [Organização Mundial da Saúde], e já temos algum trabalho feito”, indicou, avançou também que Cabo Verde já está em contacto com o Instituto Pasteur de Dacar, Senegal, que é o laboratório de referência do país.
“Estamos a fazer todas as diligências para que as condições estejam instaladas o quanto antes”, traçou a também médica, dando conta que as autoridades de saúde do arquipélago já estão a organizar todos os documentos e recomendações da OMS feitas no domingo.
A organização sanitária emitiu recomendações temporárias aos países que enfrentam surtos de mpbox, e também a outros países, entre as quais melhorias na coordenação da resposta de emergência, na vigilância e tratamento médico.
Ângela Gomes avançou que o país já fez um esboço das normas técnicas, bem como as fichas de notificação que vão ser distribuídas as todas as estruturas de saúde do país, que ainda não registou nenhum caso suspeito da doença.
E avançou que o país vai criar uma equipa multissetorial e pluridisciplinar, sob liderança do Ministério da Saúde, para dar as respostas “de forma integrada”.
A Direção Nacional de Saúde fez ainda uma atualização epidemiológica da covid-19, com cerca de 600 casos a nível nacional desde janeiro, e mais de 80% na cidade da Praia, a capital, e da dengue, com uma epidemia com mais de 2.000 casos confirmados em 15 dos 22 concelhos.
A diretora disse que são três doenças com uma abordagem diferente, mas todas têm um ponto forte que é “vigilância, vigilância, vigilância” e o “preparo atempado para a resposta”.
Na sexta-feira, a ministra da Saúde, Filomena Gonçalves, anunciou que as autoridades cabo-verdianas vão aumentar a vigilância nos portos e nos aeroportos para detetar “rapidamente” casos suspeitos da nova variante do vírus mpox e apostar na comunicação e sensibilização.
A OMS declarou o surto de mpox em África como emergência global de saúde, com casos confirmados entre crianças e adultos de mais de uma dezena de países e uma nova variante em circulação, considerada mais perigosa do que a detetada em 2022.
A nova variante pode ser facilmente transmitida por contacto próximo entre duas pessoas, sem necessidade de contacto sexual.
A Semana com Lusa
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