sexta-feira, 14 março 2025

Auditório e biblioteca com títulos proibidos enriquecem museu do Tarrafal em Cabo Verde

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Um auditório e uma biblioteca com títulos proibidos passam a enriquecer o Museu da Resistência, no antigo campo de concentração da ditadura portuguesa no Tarrafal, Cabo Verde, disse hoje à Lusa a diretora dos museus do arquipélago.

"Desde 2021, a nossa ideia era revitalizar o espaço da biblioteca", referiu Aleida Aguiar, dias depois de o antigo campo ter sido palco de atividades que assinalaram os 50 anos de libertação dos presos políticos e em que participaram os chefes de Estado de Cabo Vede, Guiné-Bissau e Portugal e um representante de Angola, os quatro países de onde eram oriundos os detidos.

A renovação da biblioteca na ala direita do campo, junto à cela onde estiveram presos guineenses e angolanos, vai permitir aos visitantes conhecerem agora 35 livros, doados pela Cooperação Portuguesa, cuja leitura era vedada pelo regime repressivo português da altura.

Além desses títulos proibidos de autores de caráter filosófico, romances, entre outros, há mais cerca de 100 livros, alguns dos quais retratam o campo de concentração do Tarrafal, o período fascista e o 25 de Abril.

"É uma biblioteca de títulos especializados, temáticos, desde romances até outras obras que acabam por complementá-la", sublinhou Aleida Aguiar.

O espaço oferece também um "cantinho" personalizado para crianças.

Aleida Aguiar referiu que o enriquecimento do campo vai reforçar as suas valências como local pronto para acolher investigação e para conseguir retratar a sua própria história.

Em redor, no Museu da Resistência, no âmbito das comemorações dos 50 anos da libertação dos presos políticos, foram ainda reforçados os painéis da exposição permanente e criado um centro de documentação na Internet (www.tarrafal-cdt.org).

Mais de 500 pessoas estiveram presas no "campo da morte lenta", símbolo da opressão e violência da ditadura colonial portuguesa.

Trinta e seis pessoas não sobreviveram: a maioria, 32 mortos, eram portugueses que contestavam o regime fascista, presos na primeira fase do campo, entre 1936 e 1956.

O campo reabriu em 1962 com o nome de Campo de Trabalho de Chão Bom, destinado a encarcerar anticolonialistas de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde, altura em que morreram dois angolanos e dois guineenses.

A libertação de quem se opunha ao Estado Novo aconteceu poucos dias depois de o regime fascista ter sido derrubado com a revolução do 25 de Abril de 1974 em Portugal.

A Semana com Lusa

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Colunistas

Opiniões e Feedback

Mindoca
15 hours 28 minutes

O que esse homem quer é fazer prova de vida. É que ele parece que está vivo, mas não está. Nem agora nem quando ele foi ...

Terra
21 hours 9 minutes

Deve ser fiscalizado antes de sair de Cabo Verde tb o dinheiro de contracto deve ser investido nos coitados de Cabo Verde nao ...

liberdade
1 day 21 hours

Mesmo complicado se ha verdade adiver essas brucracia pela mor de Deus?

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