A França comprometeu-se hoje a manter uma relação equilibrada entre a China e a União Europeia (UE) num encontro dos presidentes dos dois países em Paris, em que participou a presidente da Comissão Europeia.
“A nossa vontade é ter uma relação equilibrada com a China”, afirmou o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, antes do início da reunião com Xi Jiping e Ursula von der Leyen no Palácio do Eliseu.
Macron exigiu “regras justas para todos” no comércio entre a Europa e a China, segundo a agência espanhola EFE.
“O futuro do nosso continente dependerá claramente da nossa capacidade de continuar a desenvolver as relações com a China de uma forma equilibrada”, disse Macron, também citado pela agência francesa AFP.
Nas breves declarações à imprensa antes da reunião à porta fechada com Xi e Von der Leyen, o líder francês aludiu às tensões económicas e comerciais entre a China e a UE.
A UE anunciou nos últimos meses medidas de proteção contra práticas que considera injustas por parte de Pequim, nomeadamente a subvenção de certos setores cujos produtos inundam o mercado europeu.
Macron disse que existem outras preocupações que serão discutidas com o Presidente chinês, e falou das guerras na Ucrânia e no Médio Oriente
“São duas grandes crises em que a coordenação entre nós é absolutamente crucial”, afirmou.
Xi apelou para que a China e a UE reforcem a “coordenação estratégica” e se mantenham parceiros, num contexto de numerosos litígios que vão do comércio aos direitos humanos.
“Como duas grandes potências mundiais, a China e a UE devem permanecer parceiros, prosseguir o diálogo e a cooperação, aprofundar a comunicação estratégica, reforçar a confiança mútua estratégica, consolidar o consenso estratégico e empenhar-se na coordenação estratégica”, disse Xi.
Segundo o líder chinês, “o objetivo é promover o desenvolvimento estável e saudável das relações entre a China e a UE, e dar constantemente novos contributos para a paz e o desenvolvimento no mundo”.
A UE considera oficialmente a China como um parceiro, mas também como um concorrente e um rival sistémico.
As relações entre Pequim e Bruxelas tornaram-se significativamente tensas sobretudo desde que a UE lançou uma investigação sobre os subsídios do gigante asiático aos carros elétricos em 2023.
A China foi também criticada pelo Ocidente, nomeadamente pelos europeus, relativamente à questão da Ucrânia.
Embora apele ao respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia, a China nunca condenou publicamente a Rússia.
Pequim também reforçou as relações diplomáticas e económicas com Moscovo desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Apesar das diferenças, Pequim considera Bruxelas um parceiro mais estável e previsível do que os Estados Unidos, que nos últimos anos intensificaram as restrições comerciais e as declarações políticas hostis em relação à China.
“Esperamos que as relações sino-francesas e sino-europeias se reforcem mutuamente e se desenvolvam em conjunto”, disse Xi a Macron e a Von der Leyen.
Xi Jiping iniciou hoje em França a primeira visita à Europa desde a pandemia de covid-19, que inclui também Hungria e Sérvia, dois países considerados próximas da China e da Rússia.
A Semana com Lusa
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