segunda-feira, 23 dezembro 2024

Cidadãos globais são céticos sobre eleições livres e justas

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa
 

Os eleitores a nível global revelam cada vez mais dúvidas sobre se as eleições são livres e justas, revela um estudo do Instituto Internacional de Democracia e Apoio Eleitoral (IDEA) hoje divulgado.

O estudo – que auscultou eleitores em 19 países, incluindo três das maiores democracias mundiais (Brasil, Índia e Estados Unidos), que representam cerca de um terço da população mundial – mostra que menos de metade das pessoas estão satisfeitas com os seus governos e que são cada vez mais os que consideram que esses governos foram eleitos de forma transparente.

Em 11 dos 19 países, menos de metade dos inquiridos afirma que as mais recentes eleições foram livres e justas, ao mesmo tempo que os eleitores se mostram cada vez mais céticos sobre a saúde das suas democracias.

Em oito dos 19 países, a maioria dos inquiridos mostra-se favorável à emergência de um líder forte, que seja capaz de contornar as dificuldades do escrutínio dos parlamentos.

Em declarações à agência Lusa, Seema Sha, chefe do departamento de pesquisa do IDEA, lembrou que esta tendência de descrença na transparência eleitoral começou já há alguns anos, com os eleitores a aumentarem o seu ceticismo sobre o resultado das consultas populares.

Esta investigadora-chefe do IDEA aponta duas grandes razões para este fenómeno: o aumento do financiamento das campanhas eleitorais e a cobertura mediática das eleições, com frequentes queixas de falta de imparcialidade.

“Mas há um outro fator importante: o facto de cada vez mais os líderes recorrerem à desinformação para falar das eleições, lançando na opinião pública a dúvida fundada sobre a transparência dos processos”, disse Sha, mostrando-se preocupada com esta tendência para a saúde das democracias.

Também o secretário-geral da IDEA, Kevin Casas-Zamora, salienta que os resultados deste estudo são “um alerta para as democracias”.

“As democracias devem responder ao ceticismo do seu público, tanto melhorando a governação como combatendo a cultura crescente de desinformação que tem fomentado falsas acusações contra eleições credíveis”, defende Casas-Zamora.

O estudo mostra ainda que a perceção dos eleitores norte-americanos sobre a transparência na escolha dos governantes está em valores mínimos recorde, em linha com o discurso do ex-presidente Republicano Donald Trump, que se queixa de ter sido vítima de fraude, na derrota nas eleições presidenciais de 2020, contra o Democrata Joe Biden.

Em declarações à Lusa, Seema Sha recordou que Trump já retomou esse mesmo discurso para as eleições de novembro próximo, onde reeditará o confronto com Biden, e que tudo indica que o ambiente de suspeição possa ser ainda mais amplificado.

“Temos uma boa notícia: desta vez, as pessoas já estarão mais bem informadas sobre a falta de fundamento nas alegações de Trump a respeito da fraude eleitoral”, reconheceu a investigadora, que destacou a importância da literacia democrática para combater os discursos extremados e radicais que diminuem a confiança nas instituições políticas.

 

A Semana com Lusa

120 Characters left


Colunistas

Opiniões e Feedback

Xalala
17 days 22 hours

Vai investigar nada Bundão!

Valdo de Pina
19 days 20 hours

O UCS só ouve a própria voz, numa sinfonia desafinada que ecoa a era de Carlos Veiga no poder. Duas relíquias teimosas,

Teste
29 days 10 hours

Isto é somente um teste. Porque não vejo os comentários das pessoas debaixo da notícia como antes?

Pub-reportagem

publireport

Rua Vila do Maio, Palmarejo Praia
Email: asemana.cv@gmail.com
asemanacv.comercial@gmail.com
Telefones: +238 3533944 / 9727634/ 993 28 23
Contacte - nos